O que parecia impossível...
Rios caudalosos que serpenteavam em direção à foz viraram desertos sem oásis.
Pus-me a matutar numa retrospectiva de anos atrás, quando os cientistas alertavam para a escassez d’água no mundo e no Brasil, achava que eles deliravam.
Na minha ingenuidade, o Brasil seria o último país a ficar com sede. Onde já se viu um país banhado por imensas bacias hidrográficas, se tornar o país da seca.
Era como se eu contasse uma história de outro país, meu país não seria atingido por esta catástrofe.
Hoje, a chuva não cai e o solo se abre em rachaduras, que parecem feridas impregnando a alma do povo.
Os rios cansaram de ser poluídos e esquecidos.
Ao pisar nas rachaduras do solo, ouve-se o gemido das suas fendas profundas. Os seixos não são mais banhados, estão ao léu ao longo do caminho arenoso. Eles fazem parte da minha infância, pois rolavam nas águas cristalinas da cachoeira, que ainda guardo na memória. O rumorejar das quedas d"água era como uma doce melodia. Que beleza indescritível! Não se pode retroceder no tempo...
Magda Crovador
12/02/2015