Moeda
Dona Filó foi à feira comprar alguns alimentos, levou apenas naquele tempo dez tostões, comprou tudo e ainda lhe sobrou alguns réis, algum tempo depois, retornou à feira para comprar carne, pão e leite, não voltou muito satisfeita, pois dos trinta vinténs que levou, sobrou apenas dois vinténs, não muito tempo, lá vai D. Filó novamente à feira, comprou carne, pão e leite, só que desta vez, ela levou cinqüenta contos de réis, e trouxe de troco alguns réis, bem, o Brasil passou por vários comandantes, reis, governadores, marechais, generais, presidentes, corruptos, etc. e é gerado um tal de cruzeiro, Dona Filó continuava indo à feira e cada vez levando mais dinheiro e trazendo menos mantimentos, entre uma moeda e outra as coisas iam ficando mais duras, surgiu um tal de novo cruzeiro, e junto com ele, veio um tal de centavos, este último era valorosíssimo, sabem porque?, veja o exemplo, para se fazer uma moeda de 10 centavos, gastava-se em matéria prima e mão de obra o equivalente a um cruzeiro, D. Filó não entendia, aí surgiu um tal de cruzeiro novo, esse filho envelheceu, bem sabemos que quando algo fica velho, logo é substituído certo?, planos, pacotes, emendas, gatilhos, imaginem!, sabiam que tivemos uma moeda chamada gatilho, D. Filó?, pois é, aí apareceu um tal de Cruzado, Cruzado? aquele soco que o boxeador dá no adversário?, não, cruzado CZ$, moeda, morreu pós parto, sendo gerado o cruzado novo, tira zero, bota zero, reaparece o cruzeiro com a alcunha de cruzeiro real, depois URV, também teve morte prematura, nasce o real, - Real? o que é isso? Pergunta D. Filó, é uma nova moeda, vai morrer cedo também?, não, desta vez, quem está morrendo é o povo, e é?, e dá para comprar o que?, bem, com o real a senhora, compra... compra... compra... compra, pare - interpela D. Filó, dá para comprar carne, pão e leite???