"Ensaios da Alma"

Existem momentos que pedem pausa, é necessário não só parar, como ter uma atividade que traga prazer. Uma delas é a leitura.

Assim é que comecei esta semana, a segunda de fevereiro, a ler com tranquilidade “Ensaios da Alma”, do meu fraterno amigo Celso Panza, que escreve também no Recanto. Não é o seu primeiro livro; o autor é experimentado. Mostra isso nas suas primeiras crônicas, que são caracterizadas pela leveza dos textos. Gosto disso.

Um bom livro não é um tratado, que se limita aos estudiosos. A atual tendência é também o tema, que Celso soube abordar bem. É o cotidiano, o usual, o comum, mas sem vulgaridade, o que torna a leitura mais agradável e ao alcance de todos; não se dirige ao leitor intelectualizado, aquele que fora Nitzsch ou Heidegger, o resto não interessa. Por mais incrível que possa parecer, este tipo existe.

As crônicas que se sucedem primam pela simplicidade exata, como nos princípios matemáticos. Que não se engane o leitor. É sempre bom afirmar que os textos são leves, mas nem por isso gratuidades. O autor tem bagagem, não se presta ao tipo. Construiu um refrigério. É com gosto que se lê suas crônicas, quase todas bem curtas.

Muitos são como eu. Abrem o livro numa página qualquer e deixam-se levar pela fertilidade do escritor. É o que estou fazendo, no livro cuja capa é uma pequena adaptação de um quadro do autor, que também conheço e muito me agrada.