ÁS VEZES...

ÀS vezes é preciso um leve respirar para encontrar-se consigo mesmo e com sua própria essência e hoje eu assim me encontro, cheia de dúvidas, de incertezas e parece que as correntezas pairam sobre cada passo trilhado.

E neste descompasso desta vida, quero compreender a minha voz interna que segue numa direção oposta aos meus próprios sentimentos e me permite intensificar toda a pluralidade que há dentro de mim.

Sinto um pulsar diferente, uma calma que apavora e um medo muito mais profundo que fugir de baratas ou ratos; medo de arriscar, de não dar certo e não saber como será o próximo passo. Como será o próximo passo?

Às vezes sinto nostalgia, mas não aquela de ficar lamentando um passado que não aconteceu, mas certa fragilidade diante do que é novo e , principalmente por saber que sou dona de minhas escolhas, dos meus passos e isso me remete aos meus doze anos em que eu tanto sonhara com essa liberdade de escolha...Quanta responsabilidade, quanto medo e quantas decisões para serem tomadas ao mesmo tempo em um curto espaço de tempo.

Às vezes, eu só queria poder deitar-me calmamente em meu quarto e ouvir o canto dos pássaros que ressoa calmamente em minha janela, que passam tão despercebidos nesse mundo adulto. Como é estranha a sensação de crescer, romper com os próprios limites e até mesmo equilibrar a dor por não ser o momento de chorar, por ter que se conter porque simplesmente se é adulto e este por sua vez, não pode simplesmente fazer manha por não ter o que se deseja no momento que almeja, que é preciso saber esperar e essa espera é muito mais longa do que quando estamos na infância.

Ás vezes eu penso somente em aquietar a minha alma, equilibrar o meu interior. O grito interno que habita dentro do meu peito é ensurdecedor. Tenho vontade de gritar, tenho vontade de correr. Mas, não posso. Sou adulta e os adultos são ensinados a manter a calma e o bom senso.

Às vezes, eu quero colo; mas não posso dizer. Iriam rir de mim, pois somente uma criança mimada sofre por não ter colo e afago materno ou um carinho de seus amigos. Nós adultos temos medo, vergonha de mostrar quem realmente nós estamos sentindo ou mesmo por conta da falta de tempo. A correria diária não nos permite ser mais atenciosos uns para com os outros e vivemos sem esses sentimentos primários que poderia nos curar de muitos males.

Às vezes, a minha vida parece que está estacionada, posto que muitas outras estejam em ritmos tão acelerados entre profissões, casamentos e filhos. Me vejo não em um emaranhado de solidão, mas apenas colhendo frutos que de alguma forma plantei ou que a vida me apresentou, pois percebo também que muitas coisas são frutos de nossas escolhas, outras são escolhas do Grande Universo para que possamos passar pelo processo evolutivo em nosso caminho.

Seja como for, ás vezes penso em ser feliz. E por tanto pensar em ser assim, quero de fato aprender a ser. Quero renovar a minha mente, instaurar em mim o que precisa ser renovado e caminhar para além de mim mesma rumo ao caminho de mudanças. Aprendi que não posso mudar o que passou, mas posso tornar meu caminho mais leve, mais suave e mais feliz.

Então, faço hoje a promessa de viajar o mundo, não somente o mundo externo, como também o mundo interno e ser de fato dona da minha essência, sem medo de ser feliz, sem medo de demonstrar meus sentimentos e sem medo de pedir colo e socorro quando me for necessário.

Nesse momento, minha alma suspira por profundas mudanças, por profundas renovações e por quietude de minhas entranhas. Sou feliz, sou amada e sou da paz, assim profetizo e intenso essas palavras para que o Grande Universo esteja do meu lado e para que a vida seja mais linda, pois viver é um privilégio e um processo de evolução intensa, sempre.

PATRICIA PESSOA
Enviado por PATRICIA PESSOA em 09/02/2015
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