QUAL LIVRO TE FEZ À CABEÇA?
De tantos livros lidos, tão cedo outro ocupará o lugar do romance escrito por Machado de Assis, '' Memórias Póstumas de Brás Cubas'', de 1888. Uma verdadeira obra-prima! Com uma análise sócio-psicológica, ele é avaliado pela maioria dos críticos literários como o melhor livro do ''bruxo'' do Cosme Velho.
O clássico pertence à corrente literária do Realismo, séc.XIX, o qual se manifestava por meio de retratos do quotidiano da Cidade Maravilhosa, do positivismo, do cientificismo e ainda da crítica aos valores burgueses.
De maneira ou outra, trouxe-me certas reflexões. Separo-as em três partes. A primeira é a temática sobre a escravidão: Prudêncio, um moleque negro que é escravo e cavalinho de montar na infância de Brás, quando crescido e livre, compra um escravo para si. A segunda é a criação de uma filosofia em parceria com Quincas Borba - o Humanitismo. Por fim, a última é a intrepidez aos amores do narrador: Virgília, Eugênia, Marcela e Nha Loló.
Conquanto muitos desgostem do livro, eu o já acho um marco para a literatura mundial. Em vários aspectos. O emprego da ironia leve, a comunicação característica do autor com o leitor, a atemporalidade(a narração começa do defunto-autor, sendo contada da infância, juventude, aventuras, até à morte) e as investidas políticas. Ademais, gostei bastante do uso da linguagem com palavras variadas bem como a divisão curta dos capítulos. Esta é uma influência de ''Viagens na minha terra'', do escritor português Almeida Garrett. De fato, o escritor conseguiu reunir todo o contexto da época e suas habilidades de crítica e humor a fim de produzir uma história extraordinária.
Em suma, afirmo que este clássico tem sido uma ótima experiência na minha coleção de livros durante a adolescência. As personagens, o tempo, o narrador-protagonista, a comicidade, o espaço, o filosofar do Quincas Borba (amigo de Brás Cubas)...Enfim, todos dignos de ovações.