Saindo do Paraiso

Sair do Éden não foi uma escolha. Foi consequência de uma escolha.

Eu nem sabia que havia no jardim uma saída, muito menos que minha escolha pudesse me forçar a essa saída.

Se o comer do fruto da arvore da ciência do bem e do mal me fizera saber que estava nu, a saída do jardim me fez perceber que eu estava entrando agora em uma terra amaldiçoada.

Enfim os primeiros contatos com o mundo por assim dizer, primeiras pedras, primeiros espinhos, primeira ferroada por um marimbondo.

Medo? Até de tomar banho; cuidado com as piranhas ficaram ferozes.

A vaca,quem diria,descobriu que fora do jardim poderia me chifrar.

Saudades daquela onça felpudas, daquele leão amigo, agora se achando o rei dos animais, Eu é quem corro perigo!

E a Eva? Tudo o que ela quer é uma casa com todo conforto que o jardim poderia oferecer. Está uma arara!.

E eu? Ah se pudesse chorar no colinho de mamãe...

A serpente? Essa daí se mandou...

Perdeu as pernas e agora vive querendo morder o meu calcanhar...