UM PLANO URGENTE

Precisamos urgentemente de um plano real. Tanto "plano", quanto "real", estão, não por acaso, em minúsculo. Pretendo me referir aqui não ao, famoso e agora em maiúsculo, Plano Real do governo Itamar/FHC, que nos recolocou no mapa mundi da economia internacional, mas, sem querer diminuir a importância do importante Plano Real, se faz necessário que Brasilia pense e proponha algo real, o adjetivo, crível e principalmente possível, ainda que doloroso.

As reformas: fiscal, previdenciária e política, terão que ser implementadas, sob pena de acontecerem a partir da iniciativa da própria população que a qualquer momento atinge os limites da tolerância.

O país cambaleia em meio às incertezas que a Presidente parece querer agravar com seu incômodo silêncio. A atmosfera surrealista que envolve a Petrobras não tem limite. Na maior empresa brasileira e uma das maiores do mundo, executivos renomados receiam, e com toda a razão, em aceitar o convite para participar do seu Conselho de Administração. Realmente é de cair o queixo, já que o valor das ações não tem mais como despencar.

A coisa anda tão séria, que a inevitável renúncia da Presidente Graça Foster junto com seus Diretores, foi o único fato capaz de interromper a queda vertiginosa do valor das ações da companhia, nossa única e preciosa "joia da coroa".

A renúncia "demorou", como se diz hoje na gíria, já que o produto que mais se produz em nossa mega petrolífera, tudo indica ser mesmo lama.

Pra lá de surreal, o cenário promete, no entanto, ainda piorar. A crise da água potável nas maiores cidades brasileiras, será agravada sobremaneira pelo inevitável caos energético que se aproxima, a marchinha para o próximo carnaval, deve sugerir: "De dia falta Água, de noite falta Luz".

A combalida e despreparada indústria nacional deve acusar mais um duro golpe que o governo teima em negar, os apagões já se anunciam sem prévio aviso.

Politicamente acuada, Brasília amargou uma dura derrota nas eleições para a Presidência da Câmara. O fogo amigo que parecia ter origem só no PMDB provém, agora, também do flanco petista, perigosamente dividido. Ao novo Presidente da Câmara não sobrará tempo para assuntos importantes e vitais à nação, vez que estará debruçado sobre as urgências do festival de cassações que se anunciam com as investigações em curso.

Muda, paralisada e alheia, a Presidente não esboça qualquer iniciativa, o que se constitui no pior.

Que país é este? Que oscila entre emergente destaque mundial e paraíso da corrupção em tão curto período? Onde anda a nossa capacidade de indignação?

Somente reformas estruturais profundas poderão recolocar a nau econômica brasileira num rumo confiável. O governo que aí está já demonstrou que não pretende, e ainda se quisesse não o faria, pela falta de credibilidade e de apoio político.

Temos problemas urgentes de curto prazo, mas outros mais graves e importantes, como a violência urbana, a educação e seus pífios investimentos.

Experimentando um momento delicado, vivemos um vazio pela falta de líderes que proponham soluções e melhor traduzam os anseios da população.

Que Deus nos ajude, ou ao menos São Pedro!

P.S. Relutei um pouco em trazer o tema para este Recanto, me motivou a necessidade de contribuir, enquanto cidadão e indignado. Afinal, se a poesia faz parte da minha vida, não posso separar das outras coisas tão importantes quanto.

Stelo Queiroga
Enviado por Stelo Queiroga em 07/02/2015
Reeditado em 07/02/2015
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