GIOVANNA E ISABELLA.

Giovanna veio primeiro, Isabella um ano depois, mesmo mês, abril.

Dizer que são bonitas todo avô diria, e quais crianças não são bonitas?

Todas são bonitas, por fora e muito mais por dentro. Minhas netas são lindas, com os pés lá longe nas fraldas montanhosas que dividem a Itália da Áustria. Fico a beber seus tracinhos angelicais desenhados pela natureza com primor, e são suas mães abordadas por caçadores de modelos para propaganda. Que fiquem longe.

Isabella espertíssima, sagaz, observadora, detalhista e detentora de suas posses, conhecedora de seus direitos. Gosto quando se aproxima de mim com cuidado, vai se chegando até ficar juntinha lado a lado, com sua carinha de inibida-carente. É contida. Ama fortemente sua prima praticamente irmã, Giovanna.

Giovanna, como diz sua mãe um espírito velho. Sua interlocução traz surpresas. Perguntas desconcertantes que felizmente estou aparelhado para responder. Já fala de saudade das perdas, da vida dos santos e a razão de serem santos, e diz que viveu outra vida antes de ser Giovanna, diz que foi o pai de minha mulher, e explica que as pessoas que se foram voltam nas crianças. Instigante pelas circunstâncias que ligam ambos, ela e o bisavô.

São minha alegria infinita nos dias atuais.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 06/02/2015
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