O mundo não nos pertence

Quando vejo as tragédias naturais que têm ocorrido no mundo causadas pela maneira tola como o ser humano tem tratado a natureza, eu penso que o problema é que agimos como se o mundo nos pertencesse. Mas o mundo não nos pertence. Ele estava aqui antes de aparecermos e continua depois que nos vamos. Sabemos bem que o planeta Terra já passou por transformações violentas, como a Era do Gelo e outros aquecimentos globais, mas se recuperou porque não havia a mão gananciosa e brutal do ser humano destruindo tudo. Hoje, estamos vendo que não podemos controlar as manifestações naturais, o que nos mostra melhor do que tudo que não devemos tentar controlar o mundo e o que nos cerca. Os tsunamis, enchentes, secas, terremotos e furacões têm causado destruições incalculáveis e nos ensinado(mas insistimos em não aprender) a nossa fragilidade.

A História provou que a ciência não traz todas as respostas pelas quais ansiamos nem felicidade, justiça ou o fim dos problemas. Nunca o mundo produziu tantos alimentos e nunca se viu tanta gente sofrendo ou de fome ou de obesidade. Esta é a evolução que queríamos para nós? Uma evolução que trouxe florestas desmatadas, ar e água poluídos e o ser humano exposto a doenças resultantes do desflorestamento? O que é o Ebola senão o resultado das ações estúpidas do ser humano sobre a natureza? Destruímos a natureza mas não escapamos das respostas dela! Em consequência, expomos-nos a doenças que antes não conhecíamos, vemos enchentes e furacões e estamos agora sofrendo com a falta d'água e risco de ficarmos sem energia!

Mas o pior é que, apesar de as notícias mostrarem o que nossas ações estúpidas têm provocado, insistimos nelas e não queremos sofrer as consequências. Ainda há gente lavando carros e calçadas com mangueira e deixando o chuveiro aberto! Depois, a quem essas pessoas irão culpar? Ao destino, ao governo, a Deus? Lembrarão que, sendo livres, são responsáveis pelos atos que praticam?

O mundo não é propriedade nossa! Estamos nele para cuidar dele e conservá-lo para as próximas gerações! Será tão difícil entender isso?