UMA HORA DESTAS A TURBA ENFURECIDA BATERÁ À PORTA
Pouquíssimas são as autoridades de qualquer poder que seja, que já enfrentaram de perto a turba e sentiram o respirar ofegante, sanguinário e vingativo de seus soldados. As que já enfrentaram até esquecerem, pois o ser humano tem este mecanismo de esquecer o que lhe assusta.
Corrupção aqui, corrupção ali, desaforo acola, arrogância , menos preso, vão se acumulando nas almas e gerando seres sedentos de justiça pelas próprias mãos.
Isto vai fomentando-se naqueles mais "pavio curto" e surge o dia que um manipulador de multidões apontará na mesma direção vingativa e então bastará um grito de desordem para que vinguem-se daqueles que se apropriaram ilegalmente ou legalmente mas imoralmente.
Pelo medo do poder que há em algumas canetas a turba não se insurge contra elas, mas a turba enfurecida perderá o medo, perderá a identidade individual e tudo será possível e então não haverá autoridades constituídas, mas somente a da violência.
Quando autoridade polpudas se auto concedem benefícios ao lado de desvalidos que passivelmente sub-habitam, sub-alimentam-se, sub-locomovem-se isto vai alimentando um movimento de revolta, revolta muito mais efervescente nos espíritos vingativos do que dos atingidos pela desvalia, assim perigosamente podendo favorecer direcionamentos no momento da explosão da turba.
A ficção cinematográfica tem nos mostrado os caminhos reservados aos mais dóceis, quando a turba passa ser a autoridade, basta uma pequena incursão no filme Fuga de New York e na série Mad Max o Guerreiro da Estrada.
A realidade tem se mostrado não muito longe da vista, onde o poder é o do tráfico que impiedosamente pune com a morte hoje não respeitando nem magistrados.