E agora José, para onde?

Um certo José de Tal tinha uma família equilibrada, como se diz no popular, tinha formação, sempre muito pontual, bem conceituado no trabalho. Se relacionava muito bem como sua esposa. Seus filhos eram bem educados e de boa índole, certamente reflexo do bom relacionamento do casal.

Ele era sempre muito sério, amigo e cumpridor dos deveres básicos de cidadão. Estava sempre preocupado com a forma correta de descarte do lixo, realizava ações para evitar os desperdícios de água e alimentos, participava das movimentações políticas, dentre outras coisas.

Era na verdade alguém muito querido e, citado como exemplo de pessoa e de companheiro, por todos que o conheciam.

Sua vida financeira sempre foi de bastante sacrificada, mas, isso nunca foi motivo para tristezas ou coisas parecidas.

Certa vez ele vinha guiando seus veículo numa BR, quando foi abordado por uma viatura da polícia Rodoviária Federal. O policial pediu seus documentos e os documentos do veículo. Primeiro conferiu placa e estado físico do automóvel, tudo OK, dentro do que manda a lei.

Depois ele examinou sua carteira de habilitação. Até o momento José de Tal estava calmo e ciente de que não tinha nenhum problema, mas, tinha.

O policial verificou que sua carteira estava vencida a mais de uma ano.

Na realidade José de Tal nunca havia renovado sua carteira, não por negligência, mas, por puro descuido. E agora, o que fazer? Ele olhou a carteira e, viu que possuía apenas uma cédula de R$ 5,00 (cinco reais). Naquele momento duas vozes diziam: “você está errado, aceite” e “você está com problemas financeiros, a multa é alta, tente ver se ele aceita esse pouco dinheiro para liberá-lo”.

Segundo ele, a segunda voz foi mais convincente e, o fez utilizar toda sua habilidade e conhecimento, para oferecer dinheiro ao policial Federal e, o policial Federal se vendeu, manchando seu nome e o da corporação, por R$ 5,00.

José de Tal foi liberado, saiu com a consciência suja, completamente desmoralizado.

Em pouco tempo, lá estava ele, pregando moralismo, criticando os escândalos de corrupção divulgados pelas mídias. Sua opinião sempre fez e fará muita diferença entre as pessoas de seu meio...Fico me perguntando: Esse cidadão tem moral para julgar corruptos e corruptores?

O que será que as pessoas diriam sobre este caso?

jrogeriobr
Enviado por jrogeriobr em 05/02/2015
Reeditado em 02/02/2023
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