Comentário para Lisyt sobre a crônica "Minha mãe e os poetas"
Comentário para Lisyt sobre a crônica "Minha mãe e os poetas"
Boa noite, Lisyt. Não saberia por onde começar, palavra de honra, vou tentar apenas por não conseguir ficar de boca fechada diante deste amálgama de amplitude e relevância.
Senti um outro mundo, tipo um Nosso Lar equipado com um pouco mais de dinamismo, e eu, ou o leitor, ou ambos, assistindo um programa de TV do Outro Mundo, com uma apresentadora do Outro Mundo (você) nos mostrando um Cast do Outro Mundo e fazendo apartes geniais (do Outro Mundo) sobre cada um dos eleitos elencados. Ora, o que acontece com o lente ao terminar a leitura é que ele se pergunta em que mundo se encontra. A maneira como você começa e encerra a Obra é dourada. Ponto. Isso basta para exprimir o sentimento. O miolo, um diamante finamente lapidado, mas, ao se focar com mais atenção vem a descoberta dentro do diamante.... O que se descobre? Vários diamantes.
Ontem uma generosa amiga - e grande artista, (como você), me propiciou uma jornada e tanto. Ela me mandou o link de um trabalho áudio visual realizado em 2014 tendo como base Chico Xavier e uma centena de conceitos novos desfiados por ele. "Novos" para o grande público, onde me incluo. Por que estou dizendo isso? Fiquei estonteado com a sua criação, criação esta que pega aquele que lê, o arranca da mesmice Idioticebras e o leva, ou antes o transporta, com a graciosidade dos que criam mundos, à incrível proposta da sua crônica.
"Chico Xavier", desta feita o filme, nas cenas documentais do Programa Pinga Fogo, quando um dos feitores enseja a inquisição sobre as canalizações, indaga desdenhoso por qual motivo ele, Chico, não canalizava Aristoteles e Platão? Ao que ele responde: e por que você acha que eles não estavam canalizando?
Bem, não tenho culpa se você colocou meus miolos dentro de uma máquina de lavar - é o que a sua obra, dourada, faz com o ledor. Então novinho em folha, cheio de idéias, começa a associar livremente um punhado de coisas, coisas que ficam zanzando feito insetos inócuos e novidadeiros, germes de itens maiores e no trabalho áudio visual que minha amiga me mandou aprende-se que a dimensão do Chico era (ou é) muito maior do que se supunha, mesmo para quem já o tinha em alta conta, e pelo amor de Deus não estou falando em religião e sim na capacidade de uma mente - que talvez seja um conjunto imponderável de elementos - de se conectar múltiplamente. Agora sim, já sei onde queria chegar.
Sua crônica demonstra tal e qual, com arranjo ímpar, um incrível painel de informações, palavra cabível no contexto, e se eu disser comunicações também não estarei incorrendo em erro, onde assiste-se numa quase hipnose a um desfile onde tudo é ágil, cada jogo de palavras, cada conjunto de significados, cada estrela e cada ser, um se fundindo no outro, uma mistura de perfumes, intentos, capacidades, a propósito e a bem da verdade, chamar de composição artística seria jogar no chinelo o objetivo, o diamante composto de diamantes, pois cada promessa ali abre veios, vias, areja, ventila, empurra, agracia, sacode, atrás de tudo há um "Levanta-te e anda" dito como um gracejo de fim de tarde, desses que se faz com um cigarro de palha atrás da orelha, contemplando o último fiapo de sol de um dia que fica até não poder mais.
Como disse no início, impossível ficar de boca fechada. Gostaria de te apresentar, pra encerrar este colóquio, o resumo da minha escola, um negócio que parece batido e, entretanto, nada funciona tão bem: é preciso um talento pra reconhecer outro. Impossível fugir a essa lógica.
Assim, tenho absoluta certeza de que os amigos e amigas que frequentam essa página vão se esbaldar em deslumbre na sua crônica "Minha mãe e os poetas".
Algo que definitivamente vale a pena ser lido, assimilado como a planta assimila a água e a luz e compartilhado como o trigo que se esparrama nas mãos dos homens, se tornando alimento.
(Imagem: Vivian Maier)
Comentário para Lisyt sobre a crônica "Minha mãe e os poetas"
Boa noite, Lisyt. Não saberia por onde começar, palavra de honra, vou tentar apenas por não conseguir ficar de boca fechada diante deste amálgama de amplitude e relevância.
Senti um outro mundo, tipo um Nosso Lar equipado com um pouco mais de dinamismo, e eu, ou o leitor, ou ambos, assistindo um programa de TV do Outro Mundo, com uma apresentadora do Outro Mundo (você) nos mostrando um Cast do Outro Mundo e fazendo apartes geniais (do Outro Mundo) sobre cada um dos eleitos elencados. Ora, o que acontece com o lente ao terminar a leitura é que ele se pergunta em que mundo se encontra. A maneira como você começa e encerra a Obra é dourada. Ponto. Isso basta para exprimir o sentimento. O miolo, um diamante finamente lapidado, mas, ao se focar com mais atenção vem a descoberta dentro do diamante.... O que se descobre? Vários diamantes.
Ontem uma generosa amiga - e grande artista, (como você), me propiciou uma jornada e tanto. Ela me mandou o link de um trabalho áudio visual realizado em 2014 tendo como base Chico Xavier e uma centena de conceitos novos desfiados por ele. "Novos" para o grande público, onde me incluo. Por que estou dizendo isso? Fiquei estonteado com a sua criação, criação esta que pega aquele que lê, o arranca da mesmice Idioticebras e o leva, ou antes o transporta, com a graciosidade dos que criam mundos, à incrível proposta da sua crônica.
"Chico Xavier", desta feita o filme, nas cenas documentais do Programa Pinga Fogo, quando um dos feitores enseja a inquisição sobre as canalizações, indaga desdenhoso por qual motivo ele, Chico, não canalizava Aristoteles e Platão? Ao que ele responde: e por que você acha que eles não estavam canalizando?
Bem, não tenho culpa se você colocou meus miolos dentro de uma máquina de lavar - é o que a sua obra, dourada, faz com o ledor. Então novinho em folha, cheio de idéias, começa a associar livremente um punhado de coisas, coisas que ficam zanzando feito insetos inócuos e novidadeiros, germes de itens maiores e no trabalho áudio visual que minha amiga me mandou aprende-se que a dimensão do Chico era (ou é) muito maior do que se supunha, mesmo para quem já o tinha em alta conta, e pelo amor de Deus não estou falando em religião e sim na capacidade de uma mente - que talvez seja um conjunto imponderável de elementos - de se conectar múltiplamente. Agora sim, já sei onde queria chegar.
Sua crônica demonstra tal e qual, com arranjo ímpar, um incrível painel de informações, palavra cabível no contexto, e se eu disser comunicações também não estarei incorrendo em erro, onde assiste-se numa quase hipnose a um desfile onde tudo é ágil, cada jogo de palavras, cada conjunto de significados, cada estrela e cada ser, um se fundindo no outro, uma mistura de perfumes, intentos, capacidades, a propósito e a bem da verdade, chamar de composição artística seria jogar no chinelo o objetivo, o diamante composto de diamantes, pois cada promessa ali abre veios, vias, areja, ventila, empurra, agracia, sacode, atrás de tudo há um "Levanta-te e anda" dito como um gracejo de fim de tarde, desses que se faz com um cigarro de palha atrás da orelha, contemplando o último fiapo de sol de um dia que fica até não poder mais.
Como disse no início, impossível ficar de boca fechada. Gostaria de te apresentar, pra encerrar este colóquio, o resumo da minha escola, um negócio que parece batido e, entretanto, nada funciona tão bem: é preciso um talento pra reconhecer outro. Impossível fugir a essa lógica.
Assim, tenho absoluta certeza de que os amigos e amigas que frequentam essa página vão se esbaldar em deslumbre na sua crônica "Minha mãe e os poetas".
Algo que definitivamente vale a pena ser lido, assimilado como a planta assimila a água e a luz e compartilhado como o trigo que se esparrama nas mãos dos homens, se tornando alimento.
(Imagem: Vivian Maier)