EU E A LUA

EU E A LUA

Debruçado na janela - soltando baforadas de meu amigo inseparável Dunhill Nanocut, poluindo ainda mais meu debilitado pulmão – apreciando a linda lua cheia que algumas vezes se escondia por detrás das folhagens das árvores gigantescas do condomínio, comecei a recordar de minha vida pregressa, dos namoros descompromissados e depois o namoro, finalmente, de compromisso! Ela, a fonte inspiradora –como dizem os poetas – para os casais trocarem juras de amor;

Continuei ali, refletindo, comparando a lua cheia - quando o reflexo da luz solar para a terra é feito por toda a superfície visível da lua - com a lua nova - quando o sol ilumina a face lunar oposta à que se apresenta à terra, não refletindo para a terra a luz solar.

Numa comparação das fases opostas da lua com minha vida, cheguei à conclusão que tenho que reconhecer que, talvez pela idade, esteja na fase da lua nova, sem refletir muita luz, mas, com muita vontade e persistência de continuar amando a lua cheia.

Lembrei de que certa vez li uma citação que alguém postou no face “fico tanto em casa que já estou me sentindo parte dos móveis” e realmente fiquei muito preocupado...

Fiquei me questionando: o que será que está acontecendo? Será que é normal para um setentão mudar sua rotina tão drasticamente?

Como já estava muito tarde, fui dormir, decepcionado comigo mesmo, porque não encontrava uma resposta que me satisfizesse!

Para ser sincero, demorei a pegar no sono: a situação me incomodava!

E naquela sequência involuntária que ocorre durante o sono, pareceu-me ouvir uma voz que afirmava categoricamente: SEU PROBLEMA É MUITO SIMPLES DE RESOLVER: ABANDONE O FACEBOOK... ABANDONE O FACEBOOK... ABANDONE O FACEBOOK...