A roupa da vida

Vestidos por um nome, por uma idade, por uma profissão

Velamos a alma e despertamos o corpo

Assumimos as aparências como necessidades

Sofremos por qualquer rasgo que ameace a integridade deste frágil tecido que entorpece a razão

Até que um dia, a noite dispa a consciência e nos encontremos diante de nós mesmos

Revelando a alma, adormecendo o corpo

Neste dia, perdemos um nome, mas não a nossa individualidade

Não contamos mais a idade, porque tudo é eterno

Embora ainda trabalhemos, não para construir pelo fazer, mas transformar pelo simples ato de ser

A mortalidade das situações dá lugar a imortalidade de aprender com cada experiência

Sem a ansiedade de escolher roupas, encontramos a felicidade na natureza sob elas

Não mais estamos, agora somos... Não mais partes, mas inteiros... Não mais duais, mas unos..

Nesta plenitude de ser, a vontade de partilhar o todo, nos convida novamente a dividir

Escolhemos nova vestimenta para um novo baile da vida que começa

E com ela nos adornamos de um novo nome, uma nova idade, uma nova profissão...

Fernando Paz
Enviado por Fernando Paz em 04/02/2015
Código do texto: T5125125
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