Amigos
Eu perdi um amigo, um companheiro. Ainda me lembro daquela noite, quando eu lhe pedi para parar de brincar com os meus sentimentos, que tomasse uma decisão, amigos ou algo mais, no entanto que falasse de uma vez por todas.
- “Amigos” – Respondeu.
Algo quebrou dentro de mim, talvez a desilusão de poder te beijar e ficar envolvida em teus braços sem remorso algum. Levantei-me da minha cadeira e fui embora, não sou capaz de chorar na sua frente, nem na frente de ninguém. Dava-me vergonha por ter me exposto assim, só para receber essa resposta, que eu nem imaginava da sua parte. Mandaste-me uma mensagem, te dei mais uma chance e naquela noite disse-me claramente e memorável, segurando em minhas mãos:
- “Entre nós dois, pode haver apenas reticências, nunca um ponto final”.
Senti um nó no meu coração, e sorri, era inverno e ao teu lado, não sentia frio, me senti parte de alguém, finalmente. O que é bom, pouco dura. E nós não éramos a exceção, voltou com sua ex e eu fiquei chorando por ti, chorando a perda, chorando por nunca ter tido a coragem de dar um passo a mais e dar-nos a oportunidade de ser mais que amigos, algo mais.
Já faz muitos meses que não te vejo e sinto falta do teu sorriso que me fazia rir por nada, mesmo quando não falavas algo engraçado. Agora, não sei de onde obter coragem pra falar com você e não sair machucada, não sonhar mais com um ‘eu e você’, um só coração. Não. Não devo. Devo parar com isso.