PROCESSO CRÍTICO E RESPEITO.

Para muitos, o que outros conquistaram como caminhada na vida formando seu patrimônio pessoal, em valores adquiridos nos seguimentos da cultura humana, política como ciência, física como natureza, sociologia como convívio e religião como credo, nada valem.

Por quê? Por terem discordância e caminharem outros caminhos. Isto é direito de todos e decorre do processo crítico. Existem limites e cuidados para se conviver, norteia-os o conhecimento. O desconhecimento não exculpa posturas indevidas da mesma forma que a ignorância da lei não isenta de culpa quem contra ela milita. Há um marco que estabelece e define limites, o respeito. Essa a grande barreira divisionária da humanidade pouco percebida. Ele, o respeito, ESTÁ GRAVADO NA LEI, em tudo, respeito aos contratos, respeito às obrigações dele decorrentes, respeitos civis e seus efeitos em geral, respeito à cidadania nas práticas públicas, respeito aos bens tutelados pelas leis penais e leis em geral. O respeito é a grande chave que abriria definitivamente as portas da harmonia social.

Muitos não entendem o que seja um sistema anárquico e o tratam pejorativamente.

Anarquismo político reside no objetivo que suprimiria todas as formas de dominação e opressão que a humanidade faz vigorar modernamente, tornando a sociedade mais fraterna e igualitária, por objetivo comum de cada um no intuito de conscientizar todos no sentido de respeitar o direito e a opinião de todos sem agressões. O anarquismo é adjetivado negativamente, mas não se trata de desgoverno, mas da desnecessidade de governo e de Estado por todos se respeitarem, respeitarem direitos e prestigiar deveres de todos. Uma utopia? Sim, mas o divisor de água seria o respeito.

Do desrespeito surgiu a lei e suas punições. A sociedade iniciática promoveu a existência do Estado que listou regras de convívio com penas se desrespeitados os direitos. Não houvesse desrespeito desnecessária regulação, desnecessários Estados, governos, ideologias.

Originariamente o ideal anárquico nos chegou de John Locke, filósofo inglês que estabeleceu um contrato voluntário celebrado entre indivíduos iguais em direito e em deveres. Os anarquistas e os liberais foram os primeiros a extrair das ideias de John Locke profundas implicações políticas, isso no final do século XVIII, quando surge um movimento anarquista estruturado, como uma corrente política autônoma e com seguidores em todo mundo. Entre os seus teóricos alinharam-se pensadores de variadas motivações, Godwin, Proudhon, Bakunine, Kropotkin, Silva Mendes.

É doutrina que aponta para o fim de qualquer forma de autoridade e dominação. Por quê? Por haver ilimitado respeito, NENHUM DESRESPEITO.

Faço essa reflexão para exaltar os que respeitam originariamente e lançar à meditação os que eventualmente não respeitam os símbolos de cada um, e reitero reflexão sobre o respeito que neste espaço fiz recentemente.

Ninguém respeita para ser respeitado, o respeito é originário, etiológico, só assim, embrionariamente, é verdadeiro e torna-se respeitável o respeito. Se alguém respeita para obter retorno igual, o respeito de nada valeria, pois a todo movimento há movimento igual, maior, ou menor desencadeado. Entenda-se, estou respeitando para ser respeitado, porque vou ser respeitado, senão não respeitaria. É filosófico. Respeita-se por princípio, por agregação de civilidade. Não respeito esperando respeito, respeito por ser educado, civilizado, distante da imensidão do fosso do desrespeito, não respeito esperando respeito, se assim resultasse, meu respeito não seria respeitável, mas um respeito que pede troco, treinado para obséquios, sequioso de relevâncias e homenagens, sem espontaneidade. Por si só já é um desrespeito em gênero.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 02/02/2015
Reeditado em 02/02/2015
Código do texto: T5123596
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.