"Nosce te ipsum"
"Conhece-te a ti mesmo"- para poderes julgar os outros.
Frase latina traduzindo a inscrição grega antiga de profunda sabedoria aplicável em qualquer época ou lugar e a todo ser humano.
Se já é difícil,praticamente impossível 'conhecer alguém de verdade' no sentido rigoroso do termo,quanto mais 'conhecer-se a si próprio.' Percebemos facilmente os defeitos alheios,mas quantas vezes passamos por cima dos nossos?
Fragilidades,imperfeições,fraquezas todos temos contudo,raras são as pessoas capazes de reconhecê-las em si.
Emprega-se a todo instante o dito 'errar é humano' como pessoal atenuante.Se tivéssemos a mesma indulgência para as faltas dos outros estaríamos demonstrando elevada compreensão.
Os maiores acusadores,julgadores dos erros do próximo são os que mais erram e por isso mesmo é que devemos procurar diligentemente ser mais tolerantes com as culpas alheias, e não somente as nossas .Respeitando os limites do outro respeitamos os nossos também.
A imperfeição é da espécie humana: uns mais que outros sempre vivemos em faltas cotidianas.Se errar é próprio do homem,se os defeitos são de todos nós,se tantas vezes aquilo que dizemos não corresponde na íntegra ao que fazemos e isto faz parte de toda a raça humana,do mesmo modo vivemos uma realidade de dois pesos e duas medidas em que é mais fácil julgar e condenar antes que analisar,ponderar,refletir,enfim, procurar perdoar.
Cada um é livre para dizer o que quer e como quer,porém poucos são aqueles que aceitam ouvir o que não querem,o que não está de acordo com o próprio pensamento.Fala-se tanto em democracia porém,concretamente ela quase não existe,ao menos quando chega a ferir interesses pessoais.
É possível afirmar ainda que há sempre tempo para remediar.Basta ter boa vontade para encontrar o caminho do reajuste.
Conhecer-se a si mesmo importa na investigação do comportamento do nosso "eu".
Assim, a consciência esclarecida fala dentro de nós.Está presente em nosso ser.Precisamos tão somente estar dispostos a ouví-la,prestar mais atenção aquela voz sutil,suave e amiga que sussurra aos nossos ouvidos.Seguir os ditames por ela aconselhados é o melhor caminho para conseguirmos conhecer a nós mesmos. Com razão dizia Sêneca: "Podes fugir dos outros, mas não de ti mesmo."