ESPERANÇA

ESPERANÇA

Uma nau sem comandante encalha no leito seco.

Os piratas pilham a embarcação impossibilitada de seguir adiante, seja pela apatia dos tripulantes e passageiros, pela seca ou pela falta de energia. Todos digladiam-se no convés onde impera o caos e a lei do mais forte. Alguns protegem-se em cabines indevassáveis, outros em bandos, mas os recursos estão minguando, breve tudo será apenas pó, e quem sabe do pó surjam novas sementes, que resistentes a estiagem possam recuperar margens e nascentes. Com isso virá chuva, dando viço a esperança, e a nau poderá ser restaurada, voltando a singrar mares sob novos comandos e condições de navegabilidade, a caminho de porto seguro, num redescobrimento.

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 30/01/2015
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