Ciranda, cirandinha...
Quando nasce um bebe, olham e dizem:
-Que bonitinho. Que lindo. Que fofo. É a cara do pai... É a cara da mãe.
A avó vai visitar ”destrincha” o bebe: tira-lhe toda a roupa e então se dá inicio a busca de sinais particulares, onde o bebe se parece com “fulano” ou “beltrano”.Ficam felizes e dizem amar os netos mais do que amavam os filhos...(tiveram tempo de amar os filhos?No sentido exato da palavra?Quando eram mães e pais,estavam tão preocupados em ter que se esqueceram de ser .)Agora “tendo” querem ser pais “postiços”, afinal, agora tem tempo.
À medida que esse bebe cresce, começam as obrigações: escola, natação, língua, música.... Etc,etc...
O bebe se torna um adolescente. Agora o tempo é dele:
A primeira namoradinha. O primeiro beijo. A primeira emoção. A primeira desilusão. A primeira lágrima. E o tempo implacável seguindo em frente. Por maiores que sejam as emoções ele segue seu curso, feito um rio.
A pressa de ter quinze anos, depois os dezoito. A carteira de habilitação. Um carro. A moto. a faculdade.O trabalho.A família.(A dele agora).Os filhos.A falta de tempo.Os netos....O tempo!Que tempo...?O tempo urge!A vida passou...
O mundo girou. Passou o tempo, e o tempo que era mau... Levou a vida.(E não há caçador algum que a possa trazer de volta).