ANDO DEVAGAR PORQUE JÁ TIVE PRESSA

Dizem que o apressado come cru, mas, como aqui o assunto não é comida, esse ditado não tem nada a ver. Com a crônica, é óbvio. Ou talvez tenha. Porque eu já tive muita pressa, não porque quisesse, mas forçada pelas situações do dia a dia de quem trabalha, empurrada pelo curto espaço entre um turno e outro, aquele espaço de hora e meia em que a gente tem que, literalmente, se virar nos trinta. Ir a bancos, pagar contas, fazer alguma compra e por aí vai, e ainda almoçar. E, na pressa, as vezes ter que optar entre uma coisa e outra. Ou seja, cumprir os compromissos e ficar sem comer ou comer e atrasar as contas. E muitas vezes, simplesmente empurrar goela abaixo um simples sanduíche ou um pastel e sofrer as consequências de assistir e deixar os outros assistirem aquele barulho característico de um estômago não saciado. Ou pior: uma azia fenomenal!
Pois hoje, aposentada, eu me vingo dessa pressa, companheira chata de quase uma vida. Como no horário que quiser, durmo quando quero, saio observando tudo tranquilamente, vou ao banco nos horários em que não há filas. Em outras palavras, ando devagar, devagarinho, sem estresse. Ando devagar porque já tive pressa.
                                                                                                                                           Giustina

(imagens Google)
Giustina
Enviado por Giustina em 27/01/2015
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