A falta de energia é que iluminou o dia
Há coisas que acontecem que, num primeiro momento, nos deixam chateada, mas depois a gente percebe que foi até bom que tenham acontecido. Hoje eu estava totalmente envolvida com meu trabalho no Facebook (sim, pra mim é principalmente trabalho, não é só passa-tempo). Eu estava selecionando textos para postar na minha fan page, visitando outras páginas, curtindo, comentando e compartilhando. Aí, de repente, a conexão caiu. Fui verificar e estava faltando energia: “Droga! Logo agora?!” – falei em voz alta - “Sem luz fica impossível fazer qualquer outra coisa: não dá para ligar a TV, não dá para um ouvir um som, não dá para... Opa! Dá pra ler, afinal ainda é dia e, embora o céu esteja totalmente nublado anunciando uma chuva daquelas, ainda há claridade suficiente para que eu enxergue as páginas de um livro. Se ficar difícil acendo uma vela”.
“Vamos ver, vamos ver: qual desses eu escolho?” – pensei.
Há tantos livros, talvez uns dez ou mais, sobre a mesinha de cabeceira aguardando pacientemente que eu os leia. “Decidido: vou de Martha Medeiros”. Aí surgiu outra dúvida: “Qual dos três: Felicidade Crônica, Paixão Crônica ou Liberdade Crônica?” – ganhei a coleção no último Natal. “Bem, vamos começar pelo de capinha amarela: Felicidade Crônica.”
No terceiro texto desisti de ler. Estava ruim a leitura? Não. Ao contrário, estava excelente! Os dois primeiros textos já haviam me feito cócegas, e uma vontade de reproduzi-los inteiros em minha página, respeitando os créditos, claro. Sempre respeito a autoria de quem quer que seja. O que aconteceu para que eu interrompesse a leitura é que, como sempre, a Martha acaba me inspirando e eu, ansiosa que só, tenho de colocar pra fora as ideias que começam a borbulhar em minha mente no mesmo instante. Se não o fizer não consigo me concentrar mais no que estou lendo. Deixei o livro de lado e comecei a escrever este texto.
Na crônica intitulada “Antes do dia partir”, a autora começa exatamente citando outro cronista, Paulo Mendes Campos, no que ele diz: “... devemos nos empenhar em não deixar o dia partir inultimente.”. Martha fala que há anos ela tem isso como lema. E ela relata situações que, para uma pessoa sem o menor senso de humor, podem ser consideradas como verdadeiras tragédias, ou podem se tornar uma grande dor de cabeça, ou gerarem uma grande frustração ou ainda provocar uma sensação de perda irreparável. Entretanto, estas mesmas situações, vistas por outras pessoas e sob aspectos diferentes, podem ser encaradas como oportunidade de aprendizado, de conhecer ou de fazer coisas novas. Ou até mesmo de fazer as mesmas coisas, porém de uma forma diferente.
A autora diz em determinado trecho: “... quem valoriza apenas as megavitórias, sobram centenas de outros dias em que, aparentemente, nada acontece, e geralmente são essas pessoas que vivem dizendo que a vida não é boa, ...”. E, mais adiante ela escreve: “Nas últimas semanas, meus dias foram salvos por detalhes. Uma segunda-feira valeu por um programa de rádio que fez um tributo aos Beatles que me transportou para a minha adolescência...”.
Foi aí, exatamente neste ponto, que veio a minha inspiração. Afinal, hoje é segunda-feira e me dei conta de que ela já foi salva por um detalhe. Um não. Dois. Dois não. Três. É isso mesmo: três detalhes já salvaram este dia... até agora. O primeiro é que, logo pela manhã, recebi a ligação de uma amiga de quem gosto imensamente e, “por acaso”, também é escritora e leitora compulsiva. Nossa conversa foi, em sua maior parte, sobre uma das coisas que mais amamos: livros.
O segundo detalhe foi ter escolhido o livro da Martha porque eu me sinto sempre enriquecida com seus textos. Eles me divertem, mas também me fazem aprender muito, e não somente sobre a vida, mas sobre a arte de escrever uma boa crônica. Ainda estou na alfabetização neste aprendizado, mas espero que um dia seja tão boa quanto minha mestra.
Finalmente, o terceiro detalhe foi, depois de tantos dias sem conseguir produzir nada, voltar a criar novamente. Totalmente demais!
Não é incrível? Se não fosse a falta de energia elétrica, eu não seria “iluminada” e não estaria agora fazendo uma das coisas que me dão mais felicidade nesta vida: escrever. Isto sim é pra mim “felicidade crônica”.
Há coisas que acontecem que, num primeiro momento, nos deixam chateada, mas depois a gente percebe que foi até bom que tenham acontecido. Hoje eu estava totalmente envolvida com meu trabalho no Facebook (sim, pra mim é principalmente trabalho, não é só passa-tempo). Eu estava selecionando textos para postar na minha fan page, visitando outras páginas, curtindo, comentando e compartilhando. Aí, de repente, a conexão caiu. Fui verificar e estava faltando energia: “Droga! Logo agora?!” – falei em voz alta - “Sem luz fica impossível fazer qualquer outra coisa: não dá para ligar a TV, não dá para um ouvir um som, não dá para... Opa! Dá pra ler, afinal ainda é dia e, embora o céu esteja totalmente nublado anunciando uma chuva daquelas, ainda há claridade suficiente para que eu enxergue as páginas de um livro. Se ficar difícil acendo uma vela”.
“Vamos ver, vamos ver: qual desses eu escolho?” – pensei.
Há tantos livros, talvez uns dez ou mais, sobre a mesinha de cabeceira aguardando pacientemente que eu os leia. “Decidido: vou de Martha Medeiros”. Aí surgiu outra dúvida: “Qual dos três: Felicidade Crônica, Paixão Crônica ou Liberdade Crônica?” – ganhei a coleção no último Natal. “Bem, vamos começar pelo de capinha amarela: Felicidade Crônica.”
No terceiro texto desisti de ler. Estava ruim a leitura? Não. Ao contrário, estava excelente! Os dois primeiros textos já haviam me feito cócegas, e uma vontade de reproduzi-los inteiros em minha página, respeitando os créditos, claro. Sempre respeito a autoria de quem quer que seja. O que aconteceu para que eu interrompesse a leitura é que, como sempre, a Martha acaba me inspirando e eu, ansiosa que só, tenho de colocar pra fora as ideias que começam a borbulhar em minha mente no mesmo instante. Se não o fizer não consigo me concentrar mais no que estou lendo. Deixei o livro de lado e comecei a escrever este texto.
Na crônica intitulada “Antes do dia partir”, a autora começa exatamente citando outro cronista, Paulo Mendes Campos, no que ele diz: “... devemos nos empenhar em não deixar o dia partir inultimente.”. Martha fala que há anos ela tem isso como lema. E ela relata situações que, para uma pessoa sem o menor senso de humor, podem ser consideradas como verdadeiras tragédias, ou podem se tornar uma grande dor de cabeça, ou gerarem uma grande frustração ou ainda provocar uma sensação de perda irreparável. Entretanto, estas mesmas situações, vistas por outras pessoas e sob aspectos diferentes, podem ser encaradas como oportunidade de aprendizado, de conhecer ou de fazer coisas novas. Ou até mesmo de fazer as mesmas coisas, porém de uma forma diferente.
A autora diz em determinado trecho: “... quem valoriza apenas as megavitórias, sobram centenas de outros dias em que, aparentemente, nada acontece, e geralmente são essas pessoas que vivem dizendo que a vida não é boa, ...”. E, mais adiante ela escreve: “Nas últimas semanas, meus dias foram salvos por detalhes. Uma segunda-feira valeu por um programa de rádio que fez um tributo aos Beatles que me transportou para a minha adolescência...”.
Foi aí, exatamente neste ponto, que veio a minha inspiração. Afinal, hoje é segunda-feira e me dei conta de que ela já foi salva por um detalhe. Um não. Dois. Dois não. Três. É isso mesmo: três detalhes já salvaram este dia... até agora. O primeiro é que, logo pela manhã, recebi a ligação de uma amiga de quem gosto imensamente e, “por acaso”, também é escritora e leitora compulsiva. Nossa conversa foi, em sua maior parte, sobre uma das coisas que mais amamos: livros.
O segundo detalhe foi ter escolhido o livro da Martha porque eu me sinto sempre enriquecida com seus textos. Eles me divertem, mas também me fazem aprender muito, e não somente sobre a vida, mas sobre a arte de escrever uma boa crônica. Ainda estou na alfabetização neste aprendizado, mas espero que um dia seja tão boa quanto minha mestra.
Finalmente, o terceiro detalhe foi, depois de tantos dias sem conseguir produzir nada, voltar a criar novamente. Totalmente demais!
Não é incrível? Se não fosse a falta de energia elétrica, eu não seria “iluminada” e não estaria agora fazendo uma das coisas que me dão mais felicidade nesta vida: escrever. Isto sim é pra mim “felicidade crônica”.