Amarras estilísticas
Certos autores pregam a total ausência de amarras estilísticas no texto que se pressupõe literário. São eles os herdeiros do Modernismo (esta coisa esquisita que faz seu último terço contrariar o primeiro. Escrevo eu algo que vai mais ou menos no caminho oposto.
Gosto de amarras estilísticas.... pelo menos das minhas, pois elas são quem eu sou e vice-versa. Só não sou Parnasiano por incompetência lírico-matemática: não sei contar sílabas poéticas.
Augusto dos anjos é quem é por causa dos limites que ele mesmo se impôs, e não apesar deles. Um verso que não seja alexandrino e ri me bem não pode ser dele sob nenhuma hipótese.
Aliás, falando em versos alexandrinos, lembro-me de Olavo Bilac (e de como ele disse que Augusto “fez bem em ter morrido”). Vejo ele como um escravo de fórmulas... e é muito engraçado um escravo ser famoso entre nós.
Suponho que o extremo oposto seria não ter amarras nenhuma, como propõe o livro de Manuel Bandeira (“Libertinagem”), tentar ser, como qualquer poeta brasileiro atual, maior do que Drummond. Realmente, Drummond não tinha nenhuma amarra estilística o que conta como um feitiço que pode agir contra o feiticeiro.
Conclusão, se queres escrever literatura, escolha qual mestre seguir e mãos à obra...