O MUNDO TÁ DE PONTA CABEÇA!!!!
A frenética e incessante corrida em busca do poder tem levado a humanidade a um desgaste moral, social e ecológico sem precedentes. Observando-se as civilizações mais primitivas, pode-se constatar que essa busca tem resultado em conseqüências extremas. Por um lado, a ciência tem realizado grandes descobertas, curas, prevenções. A tecnologia tem facilitado a vida das pessoas que detém o privilégio do acesso. Em contrapartida, a procura desenfreada por esse progresso tem causado uma desordem irreparável, com prejuízos incalculáveis.
O ser humano está perdido por aí, em alguma prateleira empoeirada, preso em qualquer envelope que ele mesmo não conseguiu endereçar. Perdeu a identidade. Vive a esmo seguindo a correnteza e em meio a toda essa turbulência, não se encontra mais. A violência, a corrupção e a desonestidade assumiram uma proporção tão gigantesca que as pessoas sentem-se até constrangidas em exercer a honestidade e a cidadania. O homem honesto transformou-se num ser em extinção. Onde foi parar o “homem de bem” que tinha “honra” na palavra? Um dia, um discípulo perguntou ao Mestre “onde estavam os homens”, ao que o Mestre respondeu incontinente que “os homens passaram”.
Não satisfeita em se auto degradar, a humanidade (ou desumanidade?) resolveu também devastar o planeta que é seu habitat natural. No afã de lucrar sempre, poder mais, de TER e não de SER, entrega-se às vaidades e ambições e destrói como tratores impiedosos, tudo que se lhe configura obstáculo aos seus propósitos de dominar, possuir.
Assim caminha a humanidade por vias tortuosas, perigosas, sem perspectivas de chegar a lugar algum. Na realidade, andando em círculos. Não consegue avançar, está retornando às suas origens primitivas, às barbáries, onde o instinto e não o intelecto ditava seus atos. A clava e a espada foram substituídas por armas mais modernas e mais sofisticadas.
O mundo mudou, progrediu materialmente, mas o ser humano ávido por fama, poder, sucesso e outras facilidades, esqueceu-se de quem o criou e para que foi criado, então perdeu-se no labirinto que construiu dentro de si mesmo e segue procurando seu verdadeiro EU, em lugares que ele jamais encontrará.
Fátima Almeida
(Republicação)