O presente esperado de repente a fez chorar...

Telma é uma mulher feliz: tem cinco filhas e um filho. Apenas uma filha ainda mora com ela. Os demais já estão casados e cada um cuida de sua própria família. Telma é viúva e ainda trabalha embora já esteja aposentada. Nem é tanto pelo dinheiro, trabalha para poder sair um pouco de casa.

Durante muito tempo uma de suas filhas morou com ela juntamente com os netos de Telma, pois também ficara viúva e não tinha onde morar. A casa vivia cheia. Cheia de sons, cheia de gente andando pela casa. Havia vezes em que Telma deixava algo na geladeira e quando retornava do trabalho já não havia mais nada. ”As crianças comiam tudo”. Telma nem ficava sabendo quem havia cometido tal ato, pois eram seis netos. Houve dias em que Telma reclamou do que ocorria durante sua ausência, mas na verdade, Telma só ficava brava da boca para fora, pois amava quando retornava para casa e os netos iam a seu encontro. Amava quando ela nem conseguia assistir sua novela favorita na pequena televisão da sala, Mas... Num belo dia Telma chegou a casa e os netos não foram a encontrar. No ar havia um silencio gritante. Silêncio esse que foi quebrado pelo som do telefone. Era a filha de Telma (a que morava com ela).

-Mãe, encontrei uma casinha para alugar e me mudei com as crianças.Desculpa não ter avisado.mas eu nem sabia se iria dar certo, é aqui pertinho da senhora.vou passar o endereço.

Foi um “baque” no coração de Telma. Uma ingratidão!Mudara sem sequer avisar antes. Não tivera consideração.

Como a filha havia mudado em uma casa próxima, continuaram indo a casa de Telma.Depois que passou algum tempo a filha mudou novamente...Aí foi morar mais distante.Agora Telma vê os netos apenas esporadicamente.

No mês de Novembro Telma ganhou uma televisão grande com tela de Led em um sorteio. Parece um cinema!Quando recebeu a televisão ela ficou feliz. Ligou a televisão feliz. Mexeu no controle. Verificou os canais... Depois chorou sozinha. De que adiantava uma televisão tão grande sem ter com quem assistir?

A solidão apertou o coração de Telma. E ela se sentiu solitariamente triste.

Wal Ispala
Enviado por Wal Ispala em 24/01/2015
Reeditado em 10/02/2015
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