Hoje tem marmelada? Tem sim senhor...
Penso que vivo pelo que tateio pelo que ouço pelo que vejo.
Aprendi a sentir o sol, buscar sabor nas águas, olhar as sementes germinarem, admirar as arvores, pisar a grama, encantar-me com as flores, seguir os pássaros e imaginar como compreendem suas tarefas e para onde ir. E tudo que sei, e me construiu foi o copiado e registrado em mim. Senão pelos prazeres, senão pelas dores, ou naquilo que li e disseram e ficou na história.
Entendi o trânsito louco e vai vem das almas. Somente faltou associar tudo isto ao aperfeiçoamento dos seres e se o acúmulo de todas as experiências vividas se perde, porque até tento, mas não sei.
Aprendemos tanto do nosso derredor, e das pessoas e coisas afins e sobre nós mesmos! Quem sou eu? O que estou fazendo aqui? Que somos afinal?
As poucas vezes que vejo aquele outro no espelho, e o olho em seus olhos, que são os meus, quase sempre, pareço-me estarmos vendo, um, outro, que não sou.
E depois de perscrutar àquele, percebo mudanças que lá não estavam, contudo aqui dentro na essência ainda sou o mesmo. Essa coisa que pensa e intrigada, questiona o invólucro que aos poucos se deteriora e esvai. E afinal o que restará vivo?
Somente os pensamentos!
Esta energia (pulso elétrico), navegando de neurônio a neurônio apenas para dizer de si mesmo e que tudo o mais existe?
É um algo abstrato, mas para aonde vai quando eu e você não estivermos aqui para dar-lhe direção se nunca aprendemos para mostrar-lhes o caminho e direção.
Por ora, minha estúpida conclusão é que a mãe terra devora seus filhos e nosso berço não passa de uma pútrida e fétida sepultura. Longe de ser um parque de diversões e teatro de ilusões não vai mais além que um grande circo de horrores.
Motivo de todo palhaço ostentar um sorriso pintado e uma lágrima a borrar-lhe a face.