O FACHO SIMBÓLICO

Quando éramos crianças, lá pelos idos dos anos 1945 assistíamos a chegada do ‘Facho Simbólico’ que alguns denominavam de ‘Fogo Simbólico’. Entre os dias 25 de agosto (Dia do Soldado) e o 7 de Setembro (Independência do Brasil). A passagem do Facho Simbólico em Poções era motivo de festa para a população, comemorativo da vitória dos aliados na 2ª Grande Guerra (1939/1945), quando os brasileiros lutaram contra a Alemanha, Itália e Japão.

Tais comemorações perduram em alguns locais no sul do nosso país. Aqui na Bahia faz muito tempo que não temos notícia do ressurgimento desta tradicional forma de exaltar os feitos humanos e que remonta a tempos imemoriais, mais utilizados a partir da idade média.

Aqui no Brasil, várias maratonas eram realizadas em cidades maiores, principalmente nas capitais, desde 1937 e talvez antes mesmo de Getúlio Vargas, visando exaltar o civismo.

Segundo a Wikipédia, tal experiência foi instituída desde os templários, mas não importa. Como é senso comum, o Fogo Olímpico remonta à Grécia Antiga. Entretanto, muito antes dos gregos ‘o fogo’ sempre esteve ligado à espiritualidade e às divindades em todas as religiões, credos e magias. Também para a Ciência, a luz representa ‘o saber’. Não é outro o significado de Sofia (sabedoria) na ciência filosófica, o pensamento que norteia o homem através da mãe de todas as escolas: a Filosofia.

Em Poções, o Facho Simbólico era transportado no fundo de veículo em marcha bem reduzida e passava vagarosamente pelas ruas; na oportunidade, grande parte da comunidade ia às ruas para participar do evento e as direções das escolas suspendiam as aulas para que pudéssemos assistir e ovacionar o pequeno contingente de militares fardados e civis que garbosamente desfilavam pelas ruas centrais sob o espocar de fogos de artifícios, execução de hinos e palavras de ordem. Isso são apenas lembranças que me ocorrem ao pensar nos tempos idos da nossa infância na então movimentada cidade de Poções, no sudoeste da Bahia.

Segundo consta, tais comemorações são ainda realizadas no sul do país, mormente no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Os gaúchos denominam de ‘chama crioula’ e o facho é carregado por líderes comunitários sob ovação das populações sulistas. Recordar é viver!

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 22/01/2015
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