Caso...

A tragédia que habitou pensamentos e fórmulas mal feitas, se tornou realidade em um piscar de olhos.

Definir solidão é fácil.

Talvez numa receita genética esqueceram de misturar o pó da sedução e a falta do ingrediente iria tornar-se fundamental num estágio próximo de amadurecimento.

O lugar está vago e todos os cantos estão limpos de momentos suicidas ou vontades estranhas de ser o que não posso.

Tudo que era pra sempre se tornou um pesadelo de algumas horas.

Tudo aquilo que era pra se ter, acabou perdendo.

Sou o um sete um e conseguirei chegar até lá, mas um apoio fundamental, uma ligação às 2 da manhã não faria mal.

A revolta contra o espelho é interminável.

Tudo está pálido e apodrecendo vagarosamente.

As flores murcharam em pouco tempo e agora apenas pétalas secas guardam lembranças de momentos vigorosos e bastante impetuosos.

Um palanque não é um abismo, mas estar exposto a um público de bate palmas com olhares desviados, faz de um sorriso, uma lágrima e um tapete de mágoas.

Queria apenas aprender a lição número 9 do livro 503 para controlar estados expressivos difíceis de deter.

Os meios de comunicação fazem sentido quando sua vida está por um fio e o que quer é largar tudo e todos e ir morar num casebre na numa península perdida pelo Pacífico.

Fixar olhares será fácil, o convívio e a alergia tornar-se-ão cotidianos.

Terei que me conformar com a falta de um cromossomo da paixão e me acostumar com a idéia de ser composta por genes de ilusão, por tudo estar sendo controlado por algo superior e sem explicação.

Caso eu suma, finja que jamais nasci.

Caso eu amanheça ao teu lado, finja que soube me amar.

Caso eu perca o controle, esqueça das palavras que cuspi entre vírgulas e pontos mal desenhados.

Caso eu corra atrás, me ignore.

Caso eu cruze meus olhos em tuas pupilas, enxugue minhas lágrimas.