EMOÇÃO NÃO ENCHE BARRIGA!
Não é minha, mas de um cabo da Brigada Militar, hoje um cabo anônimo. Frase dita numa distante manhã de outono de 1987. Esta frase custou-lhe uma punição, talvez por ter sido sussurrada e não dita de peito cheio, mas enfim, certamente que a maioria dos presentes naquele ginásio da avenida Praia de Belas gostariam de ter dito, mas nenhum dos presentes teve coragem, exceto o tal cabo.
Provavelmente o Governante envergonhou-se e pôs fim as visitas aos quartéis de Porto Alegre.
A peregrinação da autoridade se dera em razão de um soldado do 1 BPM, hoje um soldado anônimo também, ter salvo a vida de uma criança dada como morta em um acidente. O soldado diante da notícia do desfecho perguntou se podia continuar tentando reanimar o tão jovem féretro. Atendido no pedido ele foi tentando até o hospital e quando lá chegaram veio a notícia de que o menino havia sido reanimado graças a persistência do policial.
Todos queriam agradecer ao soldado, outros tantos homenageá-lo e foi num desses momentos que posto o agraciado à frente da tropa a autoridade saiu-se dizendo que a Brigada Militar emocionava-o. Ele nem bem engolira a saliva e ouviu-se um murmurio que tornou-se tão alto ao ponto de ferir os ouvidos da alma.