MEA-CULPA

Prof. Antônio de Oliveira

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A expressão mea-culpa advém de uma prece no início da cerimônia da missa, em latim: “mea culpa, mea culpa...” Fazer mea-culpa, então, significa admitir o próprio erro, a própria culpa. E quem não tiver telhado de vidro que atire a primeira pedra. Por sua vez, segundo Miguel de Cervantes, um bom arrependimento é o melhor remédio contra as doenças da alma.

Alega-se que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. Mas impressiona o fato de os governantes em geral não admitirem fatos visíveis, contra os quais se diz que não haveria argumento. E não é que há, pois há aqueles capazes de tapar o sol com a peneira!... Os meios de comunicação mostram, diuturnamente, a situação precária, por vezes precaríssima, vivida por muitas de nossas comunidades. Em vão, na prática. Até quando? Há até quem pense: para sempre. Pois muitas autoridades, mesmo tendo olhos de ver, não se tocam.

“Cara de pau” me parece expressão adequada para identificar esse tipo de pessoa. Pessoa que erra e persiste no erro. Coisa do diabo, como se diz. Ou então diz que não sabia ou que não recebera denúncia formal, sem levar em conta que onde há fumaça há fogo, ou, numa expressão latina, “fumus boni juris”. Mais: em um órgão colegiado cada membro deve assumir a sua cota de responsabilidade. Há pessoas que têm a capacidade de acobertar práticas abusivas e lesivas mantendo sempre no rosto uma expressão fria, de conduta ilibada e até de vítima. Pessoas que roubam a cena. Coisa de novela. Qualquer semelhança com muitos de nossos políticos, no atual cenário político brasileiro, seria mera coincidência? Aliás, lava a jato pode significar apenas lavar rápido, por alto. A Itália preferiu “Mani Pulite”, Mãos Limpas. O rei da Espanha veio a público, na véspera do Natal, propor cortar pela raiz o mal da corrupção em sua pátria. E havia acusação justamente contra pessoa da família real. Um exemplo a seguir. Digo, não o da corrupção, mas o do mea-culpa.

Antônio Oliveira MG
Enviado por Antônio Oliveira MG em 20/01/2015
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