O BAILAR DE UM VELHO

O BAILAR DE UM VELHO

O fim sempre renova o começo, para quem crê na esperança de um novo dia. Sigo em frente, pois meus pés são de um ser humano ou de um mito curupira. O começo do ano deixou-me as esperanças renovadas para os grandes sonhos. Orei, não com a intensidade dos fanáticos que retalham os corpos nas esquinas, mas com a loucura racional de quem planta um grão de fé na alma, para colher o nascer do sol. Sou um homem alado, que jamais aprendeu a voar com as asas que capturei. O que me reserva é o excesso de nada saber, talvez seja mesmo o cansaço que busco e que me presenteia com as arritmias do meu corpo de meia idade. Na verdade sou peixe que fica boquiaberto pelo rebolado da minhoca que dança a minha frente na fila do metrô e logo sou fisgado. A amizade que durou foi aquela em que encontrei em apenas uma estação as outras apenas por email, para que meu eu pescador que em qualquer lado do rio fisgasse meu anzol e assim como em uma orquestra á vaidades entre o espírito e alma que guerreiam, mas tocam afinadíssimo para o valsar do corpo da bailarina.