Critérios

Para mim, a música e as pessoas caminham no cume da semelhança.

Escolho meus discos com a mesma cautela com que escolho amigos. Nunca me preocupei com gênero ou estilo, música só tem que ser boa. Nunca me preocupei com a cor ou a religião, pessoas só precisam ter caráter.

As músicas que me atraem são aquelas que trazem algo de bom pra minha vida, seja no campo emocional ou intelectual. Músicas que me acalmam ou me agitam, que me fazem refletir ou simplesmente fazem bem aos meus ouvidos. Gosto das músicas das quais eu tenho plena certeza de que nunca me cansarei de ouvir... Ah, e o padrão de pessoas que me atraem é rigorosamente o mesmo.

Sei exatamente qual disco devo ouvir quando estou triste, assim como sei pra quem eu devo ligar.

Sabe aquela letra perfeita? Sabe aquele ritmo que mexe com você? Aquela melodia que te toca a alma? Se a música tiver um de qualquer que seja desses elementos, podemos chamar de música boa, mas as raras obras que contém todos os elementos viram lendas. Assim são as pessoas.

Não tenho saco para conteúdos rasos, idéias superficiais e repetições de frases feitas. Se não me trazem nada de bom, não merecem compartilhar dos meus segredos nem pertencer ao meu acervo de discos.

Me preocupo com pessoas que levantam a bandeira de um estilo musical; "só ouço rock", ou "odeio rock" ou até mesmo "rap é coisa de bandido" e "reggae é coisa de maconheiro". Existe uma grande possibilidade de que esse preconceito não fique apenas no campo do gosto musical. Mesmo que em pequenas doses, uma vez ou outra ele escapará para o campo pessoal.

No mais, o que digo é simples; ouça boa música, selecione bem seus amigos, os critérios são os mesmos, e lembre-se que o estilo realmente não importa, em nenhum dos casos.

Paulinho Souza
Enviado por Paulinho Souza em 20/01/2015
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