UM LUGAR PARA RECORDAR
Tempos atrás estive visitando minha terra natal e senti vontade de rever lugares onde fui feliz, onde vivi aventuras tão gostosas.
Fomos até um local que marcou demais minha infância.
Um local onde pescávamos e fazíamos piquenique.
A família toda ia e passávamos horas muito agradáveis lá.
Revi o bambual. O mesmo daquele tempo? Parece ser o mesmo sim.
As ruínas de uma ponte onde tantas vezes me sentei e fiquei horas pescando.
Havia muitas pedras sob a água e constantemente minha linhada ficava presa em enroscos naquele lugar. Mas valia a pena, porque era um ótimo lugar para pescar. Costumávamos pegar bons peixes ali.
Fiquei parada, ouvindo o silêncio.
De vez em quando um pássaro com seu canto o interrompia, ou uma vaca mugia; ou era um galo cantava fora de hora pouco distante dali.
Como naqueles tempos.
Tudo continua tão parecido. Nem parece que o tempo passou.
Fiquei olhando tudo e recordando a menina que fui.
Parei perto do barranco onde eu me sentava e descia escorregando.
Naquele tempo só aquilo me bastava para ser feliz.
Minha família reunida, lanches para quando a fome chegasse.
A pescaria e os banhos no rio.
Havia lugares razoavelmente rasos e meu pai nos deixava brincar à vontade.
Naquele tempo o riacho tinha as águas tão limpas!
Revi a árvore à da margem do rio. Havia um galho onde eu gostava de ficar “empoleirada” para pescar. Era um bom lugar para se pescar também.
Do outro lado vi uma plantação de eucaliptos. Não estava ali naqueles anos. A vegetação era outra, se me lembro bem.
Quando eu já ia deixar o lugar vi um pescador chegando, descendo o barranco correndo, e pensei que o tempo não volta mais, mas não se apaga nunca o que se viveu.