Cantores e canções
dos presidentes
1. Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek tiveram seus cantores e canções prediletos ou preferidos.
2. Juscelino. - No seu governo (1955-1960), "em Copacabana, na zona sul carioca, regada a uísque, cigarro, inferninho, boate e samba-canção" nasceu a bossa nova.
3. JK, embora ligado no novo movimento musical, como um bom filho de Diamantina, permaneceu fiel às músicas seresteiras. Além de um exímio dançarino, o Nonô "pé de valsa" era um seresteiro nato. Curtia serestas de preferência "à luz do luar", frisam André Diniz e Diogo Cunha no livro que escreveram intitulado "A República Cantada".
4. Os mesmos escritores, no capítulo "O presidente bossa-nova e outras bossas", dizem que Juscelino ouvia com prazer, de Chico Buarque, a canção "Apesar de você"; "Fascinação", na voz de Carlos Galhardo, canção que também me encanta e me embala nas minhas noites de massacrantes insônias; e "A Sertaneja" , canção de René Bittencourt, gravada por Orlando Silva em 1939.
5. Mas, e aqui é mera repetição, a música que mexia com o coração do envolvente Juscelino era "Peixe vivo", bonita canção folclórica das Alterosas, seu torrão natal.
"Peixe vivo" o acompanhou nas suas vitoriosas campanhas eleitorais enquanto teve vez e voz nos palanques políticos dos quais foi criminosamente afastado pela ditadura militar.
6. Getúlio. - Conta-se, que, um dia, na casa de um amigo, o Presidente Getúlio Vargas olhou para uma jovem cantora, que começava a fazer sucesso, e lhe disse: "Menina, você tem a voz doce e a cor do sapoti." A menina que mereceu o carinhoso elogio do elegante Gegê era Ângela Maria.
7. A partir desse momento, Ângela - para mim a cantora de mais bela voz em todos os tempos - passou a ser chamada pelos apresentadores dos mais famosos programas de auditório - era a época de ouro das rádios Nacional, Tupi, e Mayrink Veiga - de a Sapoti, uma frutinha saborosa e muito doce, dulcíssima.
8 A mais bela voz, sim. Lembre-se o leitor da Ângela cantando "Esta noite ou nunca".
- "Esta noite ou nunca, meu amor
Amanhã será tarde demais
Colhe nos meus lábios uma flor
Beija-me com beijos sensuais.
Fica nos meus braços esta noite
E os mais lindos sonhos sonharás
Esta noite ou nunca, meu amor
Amanhã será tarde demais
Meu interior está em brasa
Queima com loucura, com afã
Mata o desejo que me abrasa
Ou brasas serão cinzas amanhã
Sou uma fogueira crepitando
Vesúvio de lavas colossais
Esta noite ou nunca, meu amor
Amanhã será tarde demais.
9. Sapoti. Esse delicado apodo, repleto de ternura, permanece, até hoje, encontrando Ângela Maria curtindo os seus 86 aninhos. Vez em quando, ela aparece cantando nas TVs. Mas, claro, sem a "voz doce" que encantou Getúlio. Se ela me ouvisse, eu a aconselharia a preservar a história de sua linda voz, ficando caladinha: ela desafina. Não tem mais fôlego suficiente para cantar "Babalú".
10. De Orlando Silva (1915-1978) Getulio foi também um ardoroso fã. Conta-se, que, Getúlio, depois de assistir a uma apresentação do Orlando, ao cantor das multidões teria dito que gostaria de ter sua popularidade. E Orlando: "Ninguém no Brasil tem a sua popularidade, presidente." E Vargas, a queima-roupa: "Mas eu tenho inimigos, Orlando. E quem é inimigo de sua bela voz?"
11. "A Jardineira", música de Benedito Lacerda e Humberto Porto, gravada por Orlando Silva em 1939, era a canção predileta do Doutor Getúlio, sem dúvida o mais popular e o mais amado político brasileiro, até a presente data.
12. Diria que são pequenas estórias de um Brasil que tinha, no tempo desses presidentes, seus problemas, mas era uma nação alegre, com um povo que sorria. Diferente do Brasil de hoje, um país triste e acabrunhado...
dos presidentes
1. Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek tiveram seus cantores e canções prediletos ou preferidos.
2. Juscelino. - No seu governo (1955-1960), "em Copacabana, na zona sul carioca, regada a uísque, cigarro, inferninho, boate e samba-canção" nasceu a bossa nova.
3. JK, embora ligado no novo movimento musical, como um bom filho de Diamantina, permaneceu fiel às músicas seresteiras. Além de um exímio dançarino, o Nonô "pé de valsa" era um seresteiro nato. Curtia serestas de preferência "à luz do luar", frisam André Diniz e Diogo Cunha no livro que escreveram intitulado "A República Cantada".
4. Os mesmos escritores, no capítulo "O presidente bossa-nova e outras bossas", dizem que Juscelino ouvia com prazer, de Chico Buarque, a canção "Apesar de você"; "Fascinação", na voz de Carlos Galhardo, canção que também me encanta e me embala nas minhas noites de massacrantes insônias; e "A Sertaneja" , canção de René Bittencourt, gravada por Orlando Silva em 1939.
5. Mas, e aqui é mera repetição, a música que mexia com o coração do envolvente Juscelino era "Peixe vivo", bonita canção folclórica das Alterosas, seu torrão natal.
"Peixe vivo" o acompanhou nas suas vitoriosas campanhas eleitorais enquanto teve vez e voz nos palanques políticos dos quais foi criminosamente afastado pela ditadura militar.
6. Getúlio. - Conta-se, que, um dia, na casa de um amigo, o Presidente Getúlio Vargas olhou para uma jovem cantora, que começava a fazer sucesso, e lhe disse: "Menina, você tem a voz doce e a cor do sapoti." A menina que mereceu o carinhoso elogio do elegante Gegê era Ângela Maria.
7. A partir desse momento, Ângela - para mim a cantora de mais bela voz em todos os tempos - passou a ser chamada pelos apresentadores dos mais famosos programas de auditório - era a época de ouro das rádios Nacional, Tupi, e Mayrink Veiga - de a Sapoti, uma frutinha saborosa e muito doce, dulcíssima.
8 A mais bela voz, sim. Lembre-se o leitor da Ângela cantando "Esta noite ou nunca".
- "Esta noite ou nunca, meu amor
Amanhã será tarde demais
Colhe nos meus lábios uma flor
Beija-me com beijos sensuais.
Fica nos meus braços esta noite
E os mais lindos sonhos sonharás
Esta noite ou nunca, meu amor
Amanhã será tarde demais
Meu interior está em brasa
Queima com loucura, com afã
Mata o desejo que me abrasa
Ou brasas serão cinzas amanhã
Sou uma fogueira crepitando
Vesúvio de lavas colossais
Esta noite ou nunca, meu amor
Amanhã será tarde demais.
9. Sapoti. Esse delicado apodo, repleto de ternura, permanece, até hoje, encontrando Ângela Maria curtindo os seus 86 aninhos. Vez em quando, ela aparece cantando nas TVs. Mas, claro, sem a "voz doce" que encantou Getúlio. Se ela me ouvisse, eu a aconselharia a preservar a história de sua linda voz, ficando caladinha: ela desafina. Não tem mais fôlego suficiente para cantar "Babalú".
10. De Orlando Silva (1915-1978) Getulio foi também um ardoroso fã. Conta-se, que, Getúlio, depois de assistir a uma apresentação do Orlando, ao cantor das multidões teria dito que gostaria de ter sua popularidade. E Orlando: "Ninguém no Brasil tem a sua popularidade, presidente." E Vargas, a queima-roupa: "Mas eu tenho inimigos, Orlando. E quem é inimigo de sua bela voz?"
11. "A Jardineira", música de Benedito Lacerda e Humberto Porto, gravada por Orlando Silva em 1939, era a canção predileta do Doutor Getúlio, sem dúvida o mais popular e o mais amado político brasileiro, até a presente data.
12. Diria que são pequenas estórias de um Brasil que tinha, no tempo desses presidentes, seus problemas, mas era uma nação alegre, com um povo que sorria. Diferente do Brasil de hoje, um país triste e acabrunhado...