Sacudidas do tempo
Antigamente eu girava num carrossel, que me giravam as idéias, que me girava o equilíbrio... Nessas lembranças da infância, nessas recordações aquarelas de criança.
Mas adiante eu me via num ponto, e fora do ponto, os ônibus me balançavam, os ônibus acabavam com minha paciência... Nessas lembranças de adolescente, nessas recordações vagas e sorridentes.
E sempre a passar, o tempo, que para mim, não pedi licença, que para a vida passa sem pressa... Nessas lembras joviais, nessas recordações puras e angelicais.
E finalmente aqui me encontro, de fronte para vida, recordando minhas lembranças e sacudidas... Nessa existência dura de feridas, que por mim, não espera ônibus, que me balança fora dos carrosséis, nessas aquarelas que passa sem pressa, nesses pontos de recordações que um dia se foram...
Enfim... Girando e girando...
E sempre a pairar por mim,
O desejo...
Submergido de recomeço,
Mas nunca me devo...
Não me esqueço...
Do tempo...
Que para mim,
Não pedi licença...