Negro Gato

“Negro Gato”

Roberto Carlos

MIAAAAAAAAAUUUUU!

Eu sou um negro gato de arrepiar

E essa minha vida

É mesmo de amargar

Só mesmo de um telhado

Aos outros desacato

Eu sou um Negro Gato!

Eu sou um Negro Gato!...

Minha triste história

Vou lhes contar

E depois de ouví-la

Sei que vão chorar

Há tempos eu não sei

O que é um bom prato

Eu sou um Negro Gato!

Eu sou um Negro Gato!...

Sete vidas tenho para viver

Sete chances tenho para vencer

Mas se não comer

Acabo num buraco

Eu sou um Negro Gato!

Eu sou um Negro Gato!...

Um dia lá no morro pobre de mim

Queriam minha pele para tamborim

Apavorado desapareci no mato

Eu sou um Negro Gato!

Eu sou um Negro Gato!...

Auuuuuuuuuuuuu!

Oh! Oh! Oh!

MIAU! MIAU!...

Os meus leitores, acostumados às minhas observações de sempre, talvez estranhem em princípio o título e a letra acima da música de Roberto Carlos, tema que por hora abordo. Guduguinho era meu gato de estimação e que ao que tudo indica, morreu em 31 de dezembro de 2011, às 20:00 hs. Parece que o vejo, comendo ração com o seu colega Branco (desaparecido) seu vizinho. Lembro que, como era véspera de ano novo, logo cedo, isto é, 19:00 hs mais ou menos, as pessoas começaram a soltar fogos diversos de artifícios e bombas de grande porte e zoadas da meninada (agora é assim!). A causa mortis, não procurei saber, mas os bichanos sempre são vítimas de algum veneno colocado pelos que não gostam de gatos ou cachorros, mas que certamente não gostam de si mesmos. Um crime onde é difícil de flagrar os envenenadores, quase sempre comerciantes ou moradores, que alegam ter tido a intenção de matar os ratos (esse último, uma peste, tudo bem).

A fiscalização pelos órgãos públicos no Brasil é muito deficiente. Cadê o Programa de Proteção aos Animais Domésticos? Antes que me perguntem se Gudugo era perturbador eu respondo negativo, eu digo que não, que ele não incomodava ninguém, que não sei como foi isso, e que é revoltante, num país sem leis!

Me fez sofrer muito. A minha esposa contando o acontecido a uma sua amiga, logo, logo providenciaram outro. No princípio, pensávamos ser um gatinho por ser todinho Gudugo. Com o tempo notamos ser uma gata e que com seis meses teve cria de quatro gatos, dois morreram e ficaram dois, um da cor dela, isto é, mariscado e o outro negro. Mas, é que por se tratar agora de um negro gato de estimação, muito diferente do da canção do Roberto, damos carinho e somos retribuídos por todos e o neguinho é o mais carinhoso, fica olhando eu trabalhar e se acomoda pertinho de mim como se estivesse lendo. Isso para mim é uma felicidade e para terminar esta crônica é bom lembrar que existe um Programa Estadual de Desburocratização do Governo Federal do Estado. Quando se lê: “Vamos agilizar e simplificar o atendimento ao cidadão”, se vê que, na prática, alguns setores não tratam, principalmente os pobres, como pessoas cívicas. É inexistente o tratamento digno aos cidadãos, quiçá aos animais!

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José Calvino
Enviado por José Calvino em 16/01/2015
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