"RUA CARLOS SOUZA, POR QUÊ?"
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- Moro na Rua Carlos Souza, no bairro Cidade de Deus!
Estava sendo atendido como preferencial no laboratório CPDE, no Milênio Shopping, entregando minha requisição para fazer exames de sangue de rotina para controlar a infecção hospitalar com a qual passei a viver desde de 2006, quando fui submetido à cirurgia para tratar de um empiema cerebral, quando ouvi a pessoa que era atendida ao lado, atrás de mim, responder à atendente: “Moro na Rua Carlos Souza”. Virei-me e perguntei ao interlocutor que falara: “Por favor, foi Rua Carlos Souza, que o senhor disse”. “Foi, sim, por quê?” “Eu trabalhei com ele em Manaus, quando se elegeu deputado federal pela primeira vez”. Em 2006, quando recebi diagnóstico de câncer em metástase no cérebro e precisei viajar para SP, pedi e recebi ajuda do deputado federal, embora não fosse mais seu chefe de gabinete em Manaus, mas apenas seu amigo!
Depois de responder-lhe isso, cheguei em casa com duas marcas de picadas nos braços e recordei que ainda está em vigor a Lei Federal 6.454/77, de 24 de outubro de 1977, assinada pelo presidente Ernesto Geisel e seu ministro da Justiça, Armando Falcão, proibindo a colocação de nomes de pessoa viva ou que tenha se notabilizado pela defesa ou exploração de mão de obra, em qualquer modalidade, a bem público, pertencente à União ou às pessoas jurídicas da administração indireta. O ex-deputado federal por três mandatos, vice-prefeito de Manaus, merece homenagens, tanto quanto seu irmão, o deputado estadual falecido Wallace Souza, por ter sido cassado injustamente pela pressão do governador do Estado, Eduardo Braga, (hoje Ministro das Minas e Energia da presidente Dilma Rousseff). O filho de Wallace Souza, Rafael Souza se envolveu em crimes e foi julgado, condenado e está cumprindo a pena que lhe foi imposta pela Justiça. Wallace Souza, já falecido e esquecido, merece homenagens porque foi cassado injustamente por pressão política! Carlos Souza, merecerá, mas ainda está vivo e gozando de saúde!
Ao chegar em casa com dois pedaços de esparadrapo, um em cada braço e pensando no que ouvi no laboratório CPDE, recordei que Carlos Souza era um jovem atlético, usava calça jeans e tênis, subia rápido, quase pulando as escadas de um prédio na Rua Marques de Santa Cruz para trabalhar como Despachante de Veículos. Era amigo do também despachante de veículos e hoje desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas, Yedo Simões de Oliveira, com escritório em uma sala no piso superior do Bar KatKero, na Avenida Getúlio Vargas. Yedo concluiu a Faculdade de Direito, entrou para a magistratura. Carlos Souza, formou-se em biologia, foi professor no Colégio Militar, casou com Juracy Souza, apresentou programas de TV e, com o seu irmão deputado falecido, Wallace Souza e ambos ficaram conhecidos na política como “Os Irmãos Coragem”, com a competente produtora Vanessa Lima comandando tudo.
O bairro Cidade de Deus, começou a surgir depois de 1977, quando as obras de construção da sede do SEST/SENAT foram concluídas, resultado de invasão de um buritizal, com fazendas, sítios e outros locais que eram usados para lazer na Avenida Autaz Mirim, na Zona Leste de Manaus. No início eram casebres cobertos de lonas. Ao lado, surgiu outra invasão e recebeu o nome de Braga Mendes porque era governador do Estado era Eduardo Braga e o prefeito era Amazonino Mendes.
Mas esse problema de dar nome de pessoas vivas para obras públicas não é privilégio de Manaus. Em Alagoas, o Ministério Público entrou na Justiça exigindo o cumprimento da Lei Federal, porque inúmeras ruas e locais púbicos, homenageiam pessoas vivas e bem conhecidas da população alagoana. No Estado existem homenagens a Gustavo Paiva, ao industrial João Lyra, pai da vice-prefeita Lurdinha Lyra, a Avenida Márcio Canuto, jornalista Alagoano.
Não que essas pessoas não mereçam as homenagens, mas a Lei 6.454/77, continua em vigor e não pode!