O OUTRO LADO DA VIDA
O OUTRO LADO DA VIDA.
( Ficção )
Me levaram para Hospital Humanistas, onde cheguei em uma situação crítica. Sofri uma parada cardíaca e desmaiei em casa. Muito longe ouvia uma sirene de ambulância, mas nem mesmo sabia que estava vindo em meu socorro. Engraçado não sentia mais aquela dor terrível que apertava meu coração. Quando em mil novecentos e noventa, quando fiz uma cirurgia cardíaca em SP no Hospital Beneficência Portuguesa onde me sacaram do peito meu coração vivo para conseguirem fazer o procedimento cirúrgico trocando duas veias safenas e uma veia mamaria, enquanto faziam a cirurgia fui ligado a um coração artificial que me manteve vivo durante todo o tempo necessário para a troca das veias e conclusão. A operação coberta de êxito e executada pelo Dr Sergio Almeida membro da equipe do Dr Zerbini (o primeiro cirurgião a fazer uma operação cardíaca no Brasil)
Me levaram para sala de cirurgia, enfermeiros começaram a por vários aparelhos em meu corpo monitorando, pressão, batimentos cardíacos e outros. Enquanto aplicavam injeções nas veias. Era um entre e sai de médicos apressados na sala, conversavam entre eles. Faziam massagens no tórax. Mas cada vez o estado continuava mais grave. Vi quando o principal cirurgião fez um sinal com a cabeça aos colegas dizendo tinham feito o que podiam. Nada mais a fazer entrava em óbito.
Em seguida senti como se um aspirador gigante me sugava para cima numa força descomunal me senti atravessando várias lajes até atingir o espaço; Teve momentos que temi por ainda ter a percepção de que ainda tivesse corpo sem entender como passava através de paredes. Foi muito difícil aceitar que não era mais corpo físico. Também depois de tantos anos como humano não estava entendendo o espirito existir sozinho. Ainda sentia os limites da gravidade terrena. (não fisicamente, porém uma forma que desconhecia e não sabia explicar como era) Era como um gás leve, transparente e se decompunha de acordo com o elemento que estava ao seu redor. Nada era intransponível, podia passar por dentro de paredes, ferro, aço o que se conhece na terra e no universo era moleculares e transformável. Num determinado momento senti como se caísse e uma altura imensa e não conseguia sair desta queda não sei por quanto tempo durou. Quando surgiu uma luz imensa que me absorveu e senti que era puxado para frente. Não sentia nenhum atrito por mínimo que fosse. A velocidade de deslocamento era impensável era tão acentuada que pareceu que tudo, inclusive eu, estávamos parados em um mesmo lugar. Não havia movimento de ar, luz era o nada.
Não sei se passou horas dias ou até séculos neste deslocamento interminável. Eu tinha uma certeza absoluta do lugar para onde deveria regressar, e ficava muito ansioso para atingir o mais cedo que pudesse este destino. Não existe um número exato e repetitivo de pessoas que morrem no mundo todo? dizem que morrem 6.200 por hora o 126460 por dia sem que haja guerras revoluções ou catástrofes muitas destas almas passavam na mesma direção que eu também ia. Outras tomavam outros destinos que não sabia onde iriam. Pensava que todos iriam para o mesmo destino, mas percebi que isto não acontecia
Outra coisa que me deixava horrorizado era a revolta o pavor que muitas almas que passavam em outras direções. Umas grunhiam como lobos, outras davam gritos horrendos, desesperados se esforçando para não seguir naquela direção. E por mais que se esforçavam não conseguiam mudar de direção, parecia que uma força descomunal os atraia sem chances de reverter tal situação. Esta visão é horrível e inesquecível. Muitas choravam copiosamente outras rezavam e cantavam hinos de louvor.
De repente começou a surgir algo que nunca tinha visto em vida. Milhares de planetas enormes a terra naquele espaço era um grão de areia se comparado com outros cada um de uma cor diferente Azul, Verde, Vermelho, Marrom e outras cores que não conhecia e era impossível de descreve-las, outras tinham um brilho tão intenso que se olhos tivesse eles não teriam chances de enxergar. A Maioria tinha de um mil satélites muito maiores que nossa Lua que giravam ao redor em cada um deles uma missão diferenciada. Tinha os produtores de energia estática que alimentava os motores, os que abrigavam universidades. Os produtores de alimentos, os hospitais, os de estudos científicos avançados, os de produtores de energia nuclear, os de defesa do planeta, os de energia quântica etc. cada um tinha uma missão especifica e especial que não poderia ser feito no solo. Ali nesta parte do universo reinava a paz a concordância, a igualdade, fraternidade a harmonia. Cada elemento cada ser de cada planeta tinha sua missão pré determinada e era seguida a risca. Todos participavam de tudo que era produzido, não se pagava nada por nada, tudo pertencia a todos pois todos eram os donos de tudo. Não existia comandante ou comandados. Ao nascer todos já tinham seus postos suas ocupações que eram vitalícias. Tudo era produzido a tempo e a hora, sem que ninguém ordenasse. Era natural que saberia o que tinha a fazer e o fazia de forma espontânea, não havia reclamações e nem elogios, pois era como uma engrenagem de uma enorme roda de produzir e consumir com naturalidade inimaginável.
Por fim cheguei ao tão esperado destino o comitê de recepção já estava postados para receber dar as boas vindas e já com a minuta de onde ficaria o que faria e por quanto tempo. Era como se já estivesse passado por ali a tanto tempo que já sabia de cor sobre onde ir e o que fazer. O prazer de estar naquele lugar era tão comovente que não tem como detalhar.
Que seja assim pelos séculos.
sSantAna ( Drakcon ) Vitoria (ES) 15/01/2015