Liberdade e Felicidade
Na verdade liberdade e felicidade andam juntas? Nem sempre. Ser feliz é um estado de espírito momentâneo, visto que somos movidos a sentimentos contraditórios o tempo todo. Somos, na realidade, felizes em alguns momentos, não raro em poucos momentos. A felicidade está dentro de cada um como uma necessária conquista, nem podemos saber direito o que é felicidade se não experimentamos a tristeza ou a falta de algo, ou até mesmo a perda de alguma coisa. Só aí, então, podemos saber o que é felicidade. A liberdade não, ela está diretamente ligada a uma necessidade rústica, antiga, algo que está impregnado no ser de quem a tem como bandeira. Elas nem sempre andam juntas, a que se entender que ser livre muitas vezes tem um preço. Um preço “pagável” quando vem como uma necessidade, um bem necessário, um bem não palpável. Chega a ser mais descomplicado ser livre do que ser feliz. Assim como a beleza, a felicidade também é “ditada” objetivamente pelo sistema em que vivemos. O que é ser belo? O que é felicidade? Subjetivamente pode-se ser feliz ao comer bem, beber água, ir a Bora Bora, acertar na loteria, ou simplesmente ser feliz quando alguém nos abraça, nos olha de uma maneira diferente. A beleza, ditadura contemporânea, se tornou mais cruel, ser belo é seguir os padrões ditados pela “sociedade”, impostos pelos vorazes empresários e pelos magnetizados consumidores. Liberdade é diferente, ela nos oferece o mundo, nos oferece possibilidades e nos apresenta nossas próprias escolhas com frescor, abre as portas do desconhecido, do inimaginável, do “depois”. A liberdade é poder ser você do jeito que você é, é saber que você pode ser odiado ou amado e não se importar com isso. Liberdade é não se entregar as conveniências, é ler e entender o momento seguinte, é se permitir dizer sim ou não, é ir e voltar muitas vezes sem sair do lugar. "Liberdade é se desprender de uma covardia que gruda na alma e congela os movimentos."