Apenas um devaneio
Nas linhas torpes dessa vã percepção...
São tantos mortos sem chance de ressurreição...
São tantas notas executadas sem tesão...
Só se mantém por piedade e bajulação...
Tantas jornadas mal planejadas...
Em edificios cheirando mofo, barril de rum...
São mercadores da tristeza, não salva um...
São tão velhos, idéias velhas, espírito provinciano...
Entra ano, sai ano, tudo debaixos dos panos...
Panos, não planos...Nunca houve planos...
Eles adoram intimidar, eles sentem prazer no engano...
Gostam de holofotes, gostam dos jornais...
Gostam das fotos, ternos cafonas, banhas demais...
Capitães do mato, caçando aqueles que um dia...
Exalavam poesia, queriam mudar o mundo...
Se sentem imortais, apesar do espelho não mentir...
É anacrônico demais...
Ah, o espelho...rs
Proporciona um raro momento de lucidez...
Mas a ficha não cai...
Logo ali, tem um tijolo pra subir...
Um discurso blasé pra fazer...
Palavras torpes ao vento...
Nada faz sentido pra quem vê...
Bruxas e gnomos equivocados...
Não há lei, não há contatos...
Contratos são para ser rasgados...
Os estrangeiros processados...
E na fogueira arremessados..
Soltando fogo pelas ventas...
Escancarando a demência...
Sentados na incompetencia...
Perdidos, feios e irados...
Se preocupar pra que?
Se a verdade há de fazer...
Que um dia sejam enxotados...
Juntando são milhares de anos...
Jurassic Park interiorano...
Apaixonados pelo engano...
Incompetentes sem legado...
Eles querem o poder...
Eles querem intimidar...
São pobres zumbis a sofrer...
No seu inferno particular...