Vidamorte!
Vidamorte!
A vida é a compra da morte à prestação, no qual, gastamos cada suspiro e pulsação e nos encaminhamos ao fim do começo. Sorrisos a menos; gestos a menos; dores a menos... tudo a menos e o parabéns por mais um anos se torna um desperdício de palavras repetidas e ecoadas para, quem sabe, confortar o fim do início.
Só há duas notícias relevantes e pertinentes que a existência nos dá; nascimento e morte. De resto, sobra o hiato de se viver. Uns choram/ sorriem; outros cantam/ emudecem; alguns amam/ desamam; adoecem curam adoecem curam adoecem curam... (a vírgula é a pausa que o tempo não faz!). E na existência todos se repetem. Fazer algo diferente é recopilar algo já feito "zilhões” de vezes. A existência tem tempo limitado, validade e o corpo cumpre a sua fabricação até a extenuação. Qual o preço de se viver? Qual o preço da morte? Alguns respondem erguendo o divino como o propósito de estar aqui; de se perceber aqui. Outros seguem a jornada do cosmos e serão eternos na “infinitude” do infinito. Redundâncias? Vida e morte são redundantes. Extremos e mesmo lugar. Vive-se de morte! Reflitam! Quanto se mata para viver? Quanto se destrói para se ter?
A morte é a dona da vida e a vida a patroa da morte; tao. Só se sabe vivo quando se conhece a morte. É preciso entender a renovação para se saber que é um corpo em putrefação; uma vida em morte.
Ciência e religião acalmam, curam, mas, matam e adoecem também; em vida e morte. Alivio para o corpo e para a alma; dor existencial (bengalas humanas para fragilizar a existência). Se a eternidade é uma promessa, quem garante que será cumprida? Comprida nem é a diacronia entre a cópula e a morte. Quem cumpre inexoravelmente é a vida da morte ou morte da vida; afins. Espera-se a prorrogação; inventa-se esperança; cria-se subterfúgios, mas.. nada, nada consegue se libertar da prisão que a existência ergueu – vida/morte. Cada vez mais, estou aproximando os léxicos – vida e morte - , pois eles são siameses.
Vidamorte! Assim fica melhor!
Só mesmo a morte para entender a vida e a vida para compreender a morte e o ser humano para separar tais processos.
Vidamorte!
... e tudo é inicio fim início fim inicio fim inicio fim início fiminício...
Mário Paternostro