Resto da Farofa Natalina
Farofa, aquele prato feito nas festas de final de ano que serve de complemento e que sempre sobra no final – só empanzina.
Foi o Natal. É Janeiro!
E todo janeiro é como o deus Jano: uma face voltada para trás e outra para frente – retrospectiva e perspectiva.
Como a temática trata do resto da farofa, o olhar é para os janeiros passados. Os janeiros que se passavam na praia junto com a família – a turma da farofa!
Tudo começava bem antes para o planejamento ser perfeito:
Qual a praia que iremos às férias? Marataízes? Guarapari? Cabo Frio?
Quem vai alugar o imóvel? Previamente tinha que ir alguém até a cidade praieira para contratar aluguel, pois não havia contato telefônico e mineiro gosta de coisa olho no olho, caneta no papel e tudo assinado.
Solucionado estes impasses fazia surgir os preparativos: limpar as malas, providenciar calções de banho, maiôs, biquines, toalhas, bermudas, blusas...
Prosseguiam-se os planos: experimentos de bronzeadores caseiros e receitas para engrossar a pele para aumentar a resistência ao sol. Havia aquela infalível: os banhos de sol no pátio da casa – gramados e lajes – regados com álcool. Coisas de branquelos jecas, mas o frisson era delicioso.
Em dezembro comia-se expectativas – ceias e suas farofas, presentes e antevisão de janeiro: a praia!
O ano novo começava com sonhos: o dia da viagem.
Ia-se na velha Kombi mais de quinze pessoas com malas e tralhas. Não se esqueciam da merenda: caixa de uva, frango empanado na farofa e litros de água e refrigerante – os restaurantes de beira da estrada eram temidos por servir comida vencida e prestavam apenas para aliviar as necessidades fisiológicas.
O amanhecer coincidia com a chegada à cidade praieira: sombreiros, areia, mar e muito bronzeador dando início à temporada.
A quinzena vivida ali no litoral era concluída com “pasta d’água” para proteger as bolhas provocadas pelas queimaduras solares.
A farofa terminava com a Kombi repleta de bugigangas: lembrancinhas cafonas feitas de conchas e caramujos colados, envernizados e escritos “estive na praia e lembrei-me de você”.
Começava fevereiro com pomadas antimicoses. Havia um ano de estudo e labuta pela frente!
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 09/01/2015
Farofa, aquele prato feito nas festas de final de ano que serve de complemento e que sempre sobra no final – só empanzina.
Foi o Natal. É Janeiro!
E todo janeiro é como o deus Jano: uma face voltada para trás e outra para frente – retrospectiva e perspectiva.
Como a temática trata do resto da farofa, o olhar é para os janeiros passados. Os janeiros que se passavam na praia junto com a família – a turma da farofa!
Tudo começava bem antes para o planejamento ser perfeito:
Qual a praia que iremos às férias? Marataízes? Guarapari? Cabo Frio?
Quem vai alugar o imóvel? Previamente tinha que ir alguém até a cidade praieira para contratar aluguel, pois não havia contato telefônico e mineiro gosta de coisa olho no olho, caneta no papel e tudo assinado.
Solucionado estes impasses fazia surgir os preparativos: limpar as malas, providenciar calções de banho, maiôs, biquines, toalhas, bermudas, blusas...
Prosseguiam-se os planos: experimentos de bronzeadores caseiros e receitas para engrossar a pele para aumentar a resistência ao sol. Havia aquela infalível: os banhos de sol no pátio da casa – gramados e lajes – regados com álcool. Coisas de branquelos jecas, mas o frisson era delicioso.
Em dezembro comia-se expectativas – ceias e suas farofas, presentes e antevisão de janeiro: a praia!
O ano novo começava com sonhos: o dia da viagem.
Ia-se na velha Kombi mais de quinze pessoas com malas e tralhas. Não se esqueciam da merenda: caixa de uva, frango empanado na farofa e litros de água e refrigerante – os restaurantes de beira da estrada eram temidos por servir comida vencida e prestavam apenas para aliviar as necessidades fisiológicas.
O amanhecer coincidia com a chegada à cidade praieira: sombreiros, areia, mar e muito bronzeador dando início à temporada.
A quinzena vivida ali no litoral era concluída com “pasta d’água” para proteger as bolhas provocadas pelas queimaduras solares.
A farofa terminava com a Kombi repleta de bugigangas: lembrancinhas cafonas feitas de conchas e caramujos colados, envernizados e escritos “estive na praia e lembrei-me de você”.
Começava fevereiro com pomadas antimicoses. Havia um ano de estudo e labuta pela frente!
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 09/01/2015