OS FILHOS DE SINHOZINHO MALTA

A sociedade pós contemporânea orgulhosamente apresenta...

A geração dos filhos de Sinhozinho Malta...

Uma galeta descolada, vibrante, articulada, bonita...

Descolada da realidade, vibrante como barbante, articulada gritando por nada, bonita como embrulho de caixa vazia...

Os filhos de Sinhozinho Malta...

Gostam de dar porrada, gostam de se expor na balada, tiram rachas na madrugada...

Os filhos de Sinhozinho Malta...

Verborragia apaixonada, equivocada...

Muito barulho por nada...

A grana acabou, a pose jamais...

Se apegam com força aos restos mortais...

Os filhos de Sinhozinho Malta...

São caras legais, bons moços fatais...

Não são negros, não são pardos, amarelos...

São brancos, de alma branca, alma limpa, pura e cristalina, como uma poça de lama na propriedade rural, feudal, débil mental...

Os filhos de Sinhozinho Malta...

Sedutores, portadores das boas novas que fazem a cabeça das mocinhas, abduzidas pelo vil objetivo de subir num foguete espacial, social, ascendente, crescente, reluzente...

A realidade é diferente, decadente, descrente...

Viva os filhos de Sinhozinho Malta...

Os nobre habitantes de Asa Branca...

Politizados, eles dançam o samba de uma nota só...

Amigos, gentis, mas reduzem a pó...

Os forasteiros, os aculturados, os filhos de Gandhi, os incautos rebeldes com cara de Guevara...

Vamos celebrar os filhos de Sinhozinho Malta...

A geração do caos outrora silencioso...

Geração Malhação, malhando os judas periféricos, os barrados no baile...

Geração da canção sem poesia, da chuva ácida, do ódio à periferia, do discurso cálido e em erupção...

Geração com geração de imagens full hd...

Os filhos de Sinhozinho Malta...

Geração fermento, geração sem tesão, geração sem ereção...

Geração lamúrias e lamentos...

(Dil Mello)