Eufemismos à parte, vai todo mundo muito bem, obrigado
Se você não cabulou a aula de Português da antiga oitava série, você estudou as figuras de linguagem. Será que ainda ensinam isso? A que eu mais gostava de ensinar era o “eufemismo”. Ela nos ajuda a dizer uma coisa muito desagradável de uma maneira agradável e não ofensiva. Os americanos, posso garantir, são bons nisso. Talvez seja uma questão de marketing. Por exemplo, se você vai a uma loja chamada Ross - os brasileiros adoram – poderá ver uns funcionários com uma jaqueta que tem atrás os dizeres “Loss Prevention”. Para os menos avisados, eles querem prevenir perdas, mas o que eles querem mesmo dizer é “prevenção contra gatunos de loja”, os seja os “shoplifters”. Por aqui também não se vendem carros usados: que coisa feia! Quem quer um carro usado? Vendem-se carros “que já tiveram um dono anteriormente”. Não é bem mais simpático? Preso? Não, ninguém vai para a cadeia, não senhor. Vai para uma “unidade correcional”. Ao invés de despedir alguém do emprego, você “deixa que ele vá...”. Quem falou em aborto? Foi apenas uma interrupção de gravidez. Existem também os eufemismos mais antigos, mais institucionais, como “limpeza étnica” ao invés de genocídio e “centro de reassentamento” ao invés de “campo de concentração”. Pornografia também não existe, é apenas “entretenimento para adultos”. Que tal “engenheiro sanitário” ao invés de “homem do lixo”?
Temos de reconhecer, eles são bons nisso.
O meu preferido, porém, vem diretamente do Reino Mágico, onde, como o próprio nome diz, só coisas magicas acontecem. Você sabe o que é um “derramamento de proteínas” (protein spill)? É vômito! Ou você pensou que alguém, alguma vez, ousou vomitar na terra do Mickey Mouse?
ooooooOOO0OOOooooo
Essa vida da gente
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