CERTOS AMORES

PSICANALISTAS PARA QUÊ?

e souza

Uma conhecida, e por motivos óbvios, não vou dizer seu nome. Quer saber de uma coisa? Vou dizer sim. A Helena, pronto, falei. Ela se casou em 1994, os pombinhos se conheceram ainda no colégio. Eram criancinhas e sempre brincavam juntos, sempre foram os melhores amigos um do outro. Onde ele estivesse, ela dava um jeitinho de estar junto, estudavam juntos, faziam os deveres de casa e trabalhos da escola, eram na verdade, como os ponteiros do relógio, sempre ficam juntos, passe o tempo que passar. Quando suas mães brincavam dizendo; “são namorados”. Eles se entreolhavam e faziam caras de nojo. A vida caminhava e a amizade ficava cada dia mais forte e alicerçada. Quando cresceram um pouco, ele ficou um pouco distante dela, pois tinha vergonha de estar sempre com uma menina e não com os meninos da escola. Coisa da idade, se eles soubessem o quanto é bom, mudariam de atitude. Mas às vezes se encontravam para bater papo e fazer trabalhos de seus grupos e com suas mães faziam passeios, cinemas, parques, jamais faltaram nas festas de aniversário um do outro. O tempo passou, e na adolescência ficaram mais e mais amigos, ele era muito gentil, é claro, guardando as proporções da idade, ele a ensinou andar de bicicleta e carrinho de rolimã, e ela o ensinou andar de patins e ajudava nas lições de matemática e física que ele era péssimo. Os anos vieram, ela fez quinze anos, ele foi seu par, nada mais linda aquela amizade que já era amor incondicional e respeito puro. A mulher ideal, perfeita e como era de se esperar, começaram o namoro e como todo casal eram íntimos, cúmplices e não se desgrudavam, mas discutiam também, mas minutos depois já estavam de beijinhos e carinhos. Ela cursou direito, ele também. Estudaram na mesma universidade, mas trabalhavam em lugares diferentes, mas isso é muito natural. Em uma dessas tardes, ela foi até o consultório de seu analista, seu hipnoterapeuta.

- Boa tarde doutor, eu fui fiel ao meu amado marido por 20 anos, mas ontem eu trai sua confiança, saí com um colega de serviço e a culpa está me matando. Quero muito esquecer que isso aconteceu.

O médico balançou a cabeça negativamente e disse;

- Meu Deus, de novo não!

e-mail.edsontomazdesouza@gmail.com

E Souza
Enviado por E Souza em 07/01/2015
Reeditado em 14/01/2015
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