LEVEZA
" A esperança é uma ave que pousa na alma, canta melodias sem palavras
e nunca cessa." Emily Dickinson
Como já disse algumas vezes, o Recanto das Letras é um local propício para, mesmo na impossibilidade de fazer literatura, nós, amadores, podermos, ao menos, compartilhar a boa literatura, vez ou outra.
A originalidade é para poucos, embora os mais humildes de nós, de quando em vez, consigam lampejos, inspirações e acabam por produzir bons textos, tanto na prosa como na poesia.
Mas o que quero compartilhar, hoje, é sobre a leveza, que deve ser entendida, como queria Ítalo Calvino, como algo ligado à precisão e à determinação, nunca ao que é vago ou aleatório. E Paul Valéry, citado por Calvino, dizia que era preciso ser leve como o pássaro, e não como a pluma. Um exemplo digno disso, nos dá o poeta Cavalcanti, "em que os significados verbais são quase imponderáveis, com uma consistência rarefeita." Vejam, amigos e amigas, a leveza de Guido Cavalcanti:
“ Uma sépala, uma pétala, um espinho
Numa simples manhã de verão...
Um frasco de Orvalho... uma Abelha ou duas...
Uma Brisa... um bulício nas árvores...
E eis-me Rosa!”
Agora sou eu que estou falando: em um mundo grosseiro em que vivemos, em que todos falam e ninguém ouve... Em que a propaganda é cada vez mais agressiva, em que o ódio é aplaudido, até as palavras de amor são chulas e a linguagem cada vez mais pobre; a violência por todo lugar e o terrorismo tomando conta do mundo, tudo isso nos tira a saudável vitalidade, nos levando para a morte prematura, aumentando o peso da vida. Esse estado de coisas fez com que a leveza fosse tema de um estudo de Calvino, de onde extraí estas reflexões, como algo importante para trazermos conosco para o novo milênio.
O poeta Cavalcanti, conseguiu dar leveza ao sofrimento amoroso. Neste exemplo, a mensagem é o mensageiro, em que o poeta se dirige à própria balada que está escrevendo e declara: “Vai, leve e ligeira, direto à minha dama”.
Não resisto, e faço minha paródia:
Vai, meu poema, leve e ligeiro, direto ao coração da minha eleita.
A originalidade é para poucos, embora os mais humildes de nós, de quando em vez, consigam lampejos, inspirações e acabam por produzir bons textos, tanto na prosa como na poesia.
Mas o que quero compartilhar, hoje, é sobre a leveza, que deve ser entendida, como queria Ítalo Calvino, como algo ligado à precisão e à determinação, nunca ao que é vago ou aleatório. E Paul Valéry, citado por Calvino, dizia que era preciso ser leve como o pássaro, e não como a pluma. Um exemplo digno disso, nos dá o poeta Cavalcanti, "em que os significados verbais são quase imponderáveis, com uma consistência rarefeita." Vejam, amigos e amigas, a leveza de Guido Cavalcanti:
“ Uma sépala, uma pétala, um espinho
Numa simples manhã de verão...
Um frasco de Orvalho... uma Abelha ou duas...
Uma Brisa... um bulício nas árvores...
E eis-me Rosa!”
Agora sou eu que estou falando: em um mundo grosseiro em que vivemos, em que todos falam e ninguém ouve... Em que a propaganda é cada vez mais agressiva, em que o ódio é aplaudido, até as palavras de amor são chulas e a linguagem cada vez mais pobre; a violência por todo lugar e o terrorismo tomando conta do mundo, tudo isso nos tira a saudável vitalidade, nos levando para a morte prematura, aumentando o peso da vida. Esse estado de coisas fez com que a leveza fosse tema de um estudo de Calvino, de onde extraí estas reflexões, como algo importante para trazermos conosco para o novo milênio.
O poeta Cavalcanti, conseguiu dar leveza ao sofrimento amoroso. Neste exemplo, a mensagem é o mensageiro, em que o poeta se dirige à própria balada que está escrevendo e declara: “Vai, leve e ligeira, direto à minha dama”.
Não resisto, e faço minha paródia:
Vai, meu poema, leve e ligeiro, direto ao coração da minha eleita.