GRATA VOLTA AO PASSADO

Passei o Natal e o Ano Novo com minha família, depois de três anos de ausência. Mais do que matar saudades, foi uma volta ao passado, pois revi afetos que marcaram minha infância e o começo de minha vida profissional.

O mais marcante foi rever minha irmã, que eu não via desde 2011. Depois de minha mãe, foi a figura feminina que mais marcou minha vida. Guardo gratas lembranças de todos os meus poucos relacionamentos. E ainda quero viver boas e inesquecíveis experiências amorosas. Mas foi minha irmã que sempre senti mais próxima de mim, numa cumplicidade de afeto e aprendizado que foi muito importante na formação do ser humano que hoje sou.

Na companhia sempre agradável de meu pai, fui visitar meus tios no interior, coisa que eu não fazia há um bom tempo. O mais interessante foi visitar minha madrinha, figura que marcou minha infância. Com os primos, hoje casados e pais de família, eu me abastecia de gibis, que foram minhas primeiras e inesquecíveis leituras. Da minha madrinha, guardo a lembrança da casa sempre limpa (ainda hoje é assim) e das guloseimas com que ela nos empanturrava. Era doce antes do almoço, era bala, era fruta... Nesta minha visita, já quarentão e com poucos cabelos, me senti como criança paparicada e, se tivesse tendência a engordar, teria saído da casa dos tios uns 5 kg mais pesado...

Fui rever os colegas do meu trabalho na Prefeitura de São Pedro do Sul. Foram anos de convivência agradável e não deixei só colegas: fiz amigos para toda a vida.

Também foi muito agradável visitar minha professora de literatura do ensino médio, que sempre foi minha grande incentivadora, a quem eu submetia a chata tarefa de ler e avaliar meus originais. Junto com seu marido, um grande amigo e da doce filhinha dos dois, passei horas agradáveis e me senti como se estivesse em casa.

E os confrades da Casa do Poeta de São Pedro do Sul, onde comecei a dar os primeiros passos na arte de escrever e publicar poesias.

Mais do que matar as saudades, foi uma volta ao meu passado nem tão distante assim, ao meu torrão gaúcho e a minha cidade de origem, lá onde o dia escurece mais tarde e onde quase todas as pessoas se conhecem e ainda se cumprimentam nas ruas.