FELIZES EM 2015
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
Aristóteles representa a síntese mais elaborada de todo o pensamento grego e que mais influência exerceu sobre o Ocidente. Para ele, fim último do ser humano é a felicidade. Para alcançá-la, o caminho é a prática da virtude pela submissão de nossas atividades ao que seja razoável. Trata-se de criar o hábito de optar pelo justo meio, como no uso do dinheiro: não ser pródigo nem consumista, gastando demais... nem ser sovina ou avarento. Como condições para a felicidade devem ser agregados também os bens corporais e exteriores, saúde e bem-estar. Em suma, autoestima, qualidade de vida e, sobretudo, vida de qualidade.
A ética aristotélica é conhecida como eudemonismo, doutrina que propõe seja a felicidade individual ou coletiva o fundamento racional da conduta moral. Hoje em dia, ser feliz traduz-se, obsessiva e alucinadamente, em ter conta bancária em paraíso fiscal, poder, império... desfrute sem fim, ou melhor, como fim.
No entanto, se você quer compreender a palavra felicidade, deve entendê-la como recompensa, não como um fim, segundo Saint-Exupéry, autor de O Pequeno Príncipe.
Será que os grandes, que quase nunca são punidos, se sentem felizes tendo de ludibriar sua consciência diuturnamente? Será que não se sentem cansados de atropelar a moral em busca de brechas jurídicas, na possibilidade interminável de recursos nas mãos de advogados da legalidade?
Viver e ter a coragem de ser feliz. E não impedir que outros sejam felizes: “So Others May Live”. Quando há superfaturamento numa obra, e obra mal feita, ou inacabada, desvio de verba, os responsáveis deveriam refletir sobre o fim ,último de todo ser humano: ser feliz. E, num mix socrático-pitagórico, desconsiderando tudo aquilo que não nos faz falta para sermos felizes.
Além disso, diz a conhecida moral da história: quem tudo quer tudo perde. E ainda há quem comete latrocínio ou cai no manjado golpe do bilhete sorteado.
Em 2015, felizes na honradez!...