Via-crúcis: Espetáculo da Vida

Maio de 2002

Eram aproximadamente 140 mil pessoas. Quase 280 mil olhos. Olhos de todas as faixas etárias. Trata-se de um espetáculo da família. Pais e filhos, sem medo de corar de vergonha (o que acontece em tantos programas), podem (e devem) assistir a ele. Olhos inexperientes e experientes, joviais e encanecidos. São ávidos. Estão perplexos. Às vezes curiosos. Alguns úmidos. Outros alerta. Aqueles viam o espetáculo: olhos fiéis. Estes viam o perigo rondando, querendo estragar o espetáculo: olhos policiais.

São pessoas de todas as camadas sociais. Gente pobre e rica; inculta e culta; pequena e grande; sonhadora e realista; iludida e desiludida. Todos buscando ver Jesus. Uns com fé. Outros por apreciar a arte. Alguns lá estão para conseguir alguma coisa de forma ilícita. Houve algumas ocorrências policiais. Pessoas que não se deixaram comover porque não têm olhos para ver o espetáculo da vida. Vêm vítimas, não pessoas. Esquecem-se de que, na verdade, as verdadeiras vítimas são elas próprias.

Dentre a multidão que, juntamente com os atores fazem o grande espetáculo, estão alguns políticos. Homens públicos fazendo parte do público. São olhos que são vistos subindo a ladeira do Morro da Capelinha. Pela fé em que serão eleitos, rompem, altaneiros. Cumprimentando daqui, tapinha nas costas dali, seguem com os olhos postos em Jesus, O Vencedor. Buscam nEle forças para vencer a batalha das urnas.

O cenário da crucificação é um cenário de condenação e de absolvição. Os judeus e os representantes de Roma condenam Jesus, mas Jesus perdoa a todos eles. Um ex-senador por causa da violação do painel do Senado Federal é vaiado por uns e aplaudido por outros. Aqui também há perdão e condenação.

É um espetáculo que congrega quase 142 mil pessoas entre atores e espectadores. O centro das atenções é Jesus. Cláudio Abrantes O representa pela última vez. “Segundo ele, outras pessoas devem ter a oportunidade de viver o Filho de Deus.”

Nem todos podem “viver o Filho de Deus”. Alguns, no teatro, no jogo do faz de conta, o podem. Na realidade, ninguém o pode. Mas todos podemos ter o Filho de Deus vivendo dentro de nós. Ele morreu para ser nosso Salvador. Ressuscitou para ser nosso Senhor. Entregou a sua vida para nos reconciliar com Deus. Ressurgiu para garantir que, com Ele, para sempre poderemos estar.

Infelizmente, há pessoas que têm olhos para Jesus apenas algumas horas no ano ou na vida. Têm olhos de mero espectador.

Felizmente, Jesus tem olhos para nós todos os segundos da nossa existência. Tem olhos de amor e perdão. Olhos de salvador.

Leolindo
Enviado por Leolindo em 31/05/2007
Reeditado em 31/05/2007
Código do texto: T509033
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