Descoberta

Costuma-se dizer que não há razão nas coisas feitas pelo coração. Nunca concordara bem com essa idéia, porém fora obrigada a rever seu conceito sobre o assunto. Tudo começou no ano anterior,quando conhecera um rapaz nada interessante,amigável ou que despertasse algum interesse de imediato em sua pessoa. Uma amiga de infância o havia apresentado e, a partir daquele momento, ela resolveu observá-lo um pouco como sempre fazia quando agregava alguém à sua lista de novos conhecidos.

O olhar era fixo quando conversava ao mesmo tempo em que gesticulava e sorria....Ele parecia saber discursar sobre os mais variados assuntos e a postura era sempre ereta,mas ainda assim não deixava de passar a serenidade necessária para uma conversa agradável.O sorriso.Seu sorriso era gracioso,leve e a sua voz sempre no mesmo tom. Além de tudo isso, ele parecia ser extremamente atencioso.

Ela nunca se detivera tanto tempo “estudando” alguém dessa maneira, isso foi tão certo que no instante em que seu novo conhecido resolveu lhe fazer companhia ela simplesmente ficara sem palavras quando ele se aproximou. A situação, de repente, tornara-se estranha, pois apesar do companheiro de conversa “puxar” assunto, ela não conseguira falar mais do que alguns monossílabos. Ele, afinal, resolveu ir comer alguma coisa e deixou-a sozinha.

Sua amiga a vira meio que reflexiva e a perguntara o que houve. Ela não soube explicar bem, porém dissera que o novo conhecido lhe chamara atenção de alguma forma e ela não sabia explicar o motivo para tal fato. A amiga então lhe dissera que o amigo em comum das duas era uma pessoa apaixonante e ela deveria conhecê-lo melhor, afinal os dois estavam solteiros.

Ao chegar a sua casa, ela ainda se detivera pensando no que aconteceu durante o dia e percebeu que havia sido “vítima” de uma pessoa apaixonante e também que fora traída por seu coração. Agora só lhe restava duas opções: admitir o que sentira e arriscar-se num possível relacionamento ou tentar esquecê-lo e seguir com sua vida. A primeira opção nunca lhe pareceu tão interessante. Afinal, existe razão nas coisas feitas pelo coração?

Aglycia Chaves
Enviado por Aglycia Chaves em 03/01/2015
Código do texto: T5089668
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