Do meu blog "A Casa & a Alma" a primeira crônica do ano:


Cuidar da Casa

 
Lendo Vickor Frankl, descubro que precisamos encontrar um propósito para viver, e nós o encontramos quando paramos de nos perguntar o que queremos da vida e passamos a indagar o que a vida quer de nós. Segundo o autor, que sobreviveu aos horrores do holocausto cultivando determinação e propósito, há três maneiras básicas de se aprender sobre o sentido da vida: através do amor, do trabalho e do sofrimento. Não o sofrimento masoquista, não a busca pelo sofrimento, mas tentando aprender o que ele quer dizer quando chega. 
 
Cuidar de uma casa é uma manifestação de amor, pois quando nos dedicamos a este trabalho, estamos tornando um ambiente mais aconchegante, limpo, bonito e confortável não apenas para nós mesmos, mas para alguém que amamos e vive nela. E é exatamente nisso que eu penso quando me dedico às tarefas caseiras de varrer, lavar, cozinhar, enfim, tarefas estas que hoje em dia são consideradas "menores" por muitas pessoas, principalmente, mulheres. A minha realização, o meu propósito, entre outras coisas na vida, está em tomar conta da casa física, e por consequência, da casa espiritual.
 
E o conceito que abrange a palavra "casa' é muito amplo:a casa onde eu moro, a casa onde cada pessoa mora, o mundo, o corpo, o universo. Tudo isso são casas! Até mesmo as emoções são casas onde nossos espíritos vivem temporariamente.  Mudamos de casas várias vezes durante um único dia. E nossa missão é sentir e entender a casa na qual estamos, e não apenas ignorá-la, tentando morar eternamente na casa da alegria e do esquecimento, como se as casas da tristeza, da dor, da dúvida e do medo não existissem! A Casa da Felicidade Eterna é a única que só existe em um único lugar: o Reino da imaginação. Saibamos aproveitar a casa da Felicidade quando estivermos nela, sabendo que a estadia não durará para sempre, pois há outras casas que devem ser visitadas e outras experiências que devem ser vividas e aprendidas.
 
Pois o sentido da vida está em aprender a sentir e entender as emoções. E ainda temos um longo caminho pela frente. 



 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 03/01/2015
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